(Foto: FFC)

Antes de anunciar a convocação de uma assembleia geral para modificar o estatuto para que as eleições sejam antecipadas, Pedro Abad desabafou. O presidente do Fluminense contou que assumiu o clube com dificuldades financeiras muito grandes, defendeu o grupo político do qual faz parte a Flusócio e enalteceu os resultados nesta temporada.

– Me calei até o momento porque nunca tive receio do movimento (de Impeachment), embora tivesse diversas ilicitudes, inclusive objeto de uma ação judicial impetrada por mim. Qualquer declaração que desse poderia parecer medo ou receio do processo, que não tinha. Satisfeito com os resultados esportivos que temos, na qual o clube vem desenvolvendo suas atividades e até mesmo a condução administrativa e financeira, temos que entender o contexto nos últimos dois anos. Peguei um clube que em 23 de dezembro de 2016, tinha um fluxo de caixa negativo de R$ 153 milhões. Essa é uma situação extremamente dramática e qualquer um poderia pensar que o Fluminense sequer poderia chegar no meio do ano. Fizemos um futebol competitivo em 2017, caímos de produção no segundo semestre, o que é normal, e em 2018, ainda com restrições maiores do que tínhamos, sofremos uma penhora de mais de R$ 33 MILHÕES por questões fiscais e ainda por cima, a venda de ativos, que é uma prática recorrente para que os clubes recorreriam, não fizemos. Então, perdemos R$ 78 milhões em 2018. Acho que é bastante clara a dramaticidade da situação quando enfrentamos, um cenário como esse e fizemos a melhor colocação do time no Brasileiro desde que a Unimed saiu (12º lugar) e também tivemos a melhor campanha numa competição sul-americana desde a Libertadores de 2008, já que chegamos às semifinais da Copa SUl-Americana. Revelamos diversos jogadores, Wendel, Ibañez, Douglas. Então, o Fluminense está muito vivo. Muito vivo. É importante dizer das dificuldades que dizemos. Temos um sub-17 que encanta o país. No Esportes Olímpicos ganhamos como nunca. A sede sofreu? Sofreu com muitas dificuldades por causa da nossa condição financeira e os funcionários foram comprometidos e não abriram mão. Chegamos num fim de ano pensando que o próximo será um pouco melhor – declarou Abad, que completou:

 
 
 

– Por outro lado, entrei de sócio em 2007 e minha atuação sempre foi no sentido de colocar o torcedor para dentro do clube. Me orgulho demais de fazer parte de um grupo politico que é a Flusócio, que as pessoas xingam nem entender o porquê. Quebramos um status quo aqui dentro e trouxemos o torcedor de 2012 para votar. Eu sou uma pessoa com natureza democrática decidindo o destino da instituição sempre. Sempre fui aos jogos, fui xingado e nunca reclamei. Entendo que os torcedores e muitos sócios estão insatisfeitos, mas ninguém é mais importante do que a instituição.