Na noite desta segunda-feira, o Fluminense divulgou, por meio do Portal da Transparência em seu site oficial, as contas de 2022, nas quais o clube registrou um superávit de R$ 7 milhões, algo que não acontecia há seis anos. A dívida total, porém, subiu ligeiramente, pouco mais de R$ 50 milhões. Em carta, Mário afirmou que ainda é pouco, mas celebrou o avanço.
Veja a carta de Mário Bittencourt:
“Meus caros Tricolores,
Todos os anos tenho reportado aqui neste espaço a real situação do clube, explicado algumas as decisões centrais e indicado os principais passos que estamos seguindo. Afinal, a prestação de contas da administração é a razão de existir desta carta. Este ano, no entanto, tudo o que pode ser dito ganhou uma representação física: o bicampeonato estadual de 2023. O êxito de nosso time é a expressão de tudo o que nossas equipes, em todas as áreas do clube, fazem diariamente para que o Fluminense volte a liderar e vencer, como nos propusemos a fazer.
Um compromisso que renovamos a cada dia. O que se verá nas páginas a seguir é mais um dos resultados que estamos construindo segundo nossa filosofia de trabalho assentada sobre os pilares de Credibilidade, Estabilidade e Austeridade.
Este documento mostra que aumentamos o faturamento do clube para 328 milhões de reais. Tivemos um superávit de aproximadamente 7 milhões de reais, o que é ainda pouco, mas muito mais promissor do que imaginávamos há apenas dois anos, quando olhávamos para a frente.
Obtivemos vitórias judiciais e implementamos acordos importantes e o resultado desse esforço está expresso aqui, em números. Conseguimos novos patrocinadores, recuperamos antigos, aumentamos o número de sócios para ultrapassar a marca de 60 mil, superamos todos os recordes em royalties de licenciamento, renegociamos dívidas. E o resultado começou a aparecer. Mas uma ressalva precisa ser feita.
O superávit antes do resultado financeiro de 37 milhões de reais que se verá aqui (contra 23 milhões do ano passado e, portanto, uma melhora significativa) ainda está longe de ser o número que precisamos para deixar no passado as pesadas dívidas que herdamos.
Ainda estamos longe de ter uma situação financeira completamente estável. As finanças do clube ainda inspiram cuidados e sacrifícios serão inevitáveis. Mas o que temos a mostrar aqui já é muito diferente da situação quando assumimos a gestão, em 2019.
No front mais estrutural, estamos em todos os fóruns de debate e decisão sobre temas que impactam nossa sobrevivência e nosso sucesso. Enfrentamos o debate em torno da formação de uma liga e optamos por estar ao lado daqueles que entendem que as disparidades do futebol precisam ser combatidas, para que a paixão de todos, em todos os clubes, seja tratada com respeito. Em breve estaremos melhor estruturados do que jamais estivemos para a negociação de nossos direitos de transmissão de jogos e outras propriedades relativas ao Campeonato Brasileiro. Estamos discutindo a Lei Geral do Esporte, a tributação de nossos direitos de betting. Os temas são inúmeros e variados e faço aqui um agradecimento especial a meu conselho diretor que tem me apoiado em todas essas iniciativas.
Estamos construindo o resultado, mas com a humildade de sabermos que há ainda um enorme caminho a percorrer até que consigamos colocar o clube no lugar condizente com sua grandeza. Agradeço também a todos os sócios, torcedores, parceiros, colaboradores e aos amigos pelo apoio que nos têm dado. É graças à união de todos, ao esforço individual de cada um que estamos fazendo essa reconstrução. Por fim, faço um agradecimento especial à minha família, que me apoia incondicionalmente nessa tarefa e fica longe dos holofotes, muitas vezes longe do reconhecimento público de sua importância em tudo o que faço. Se faço é por amor. A elas e ao Fluminense, os verdadeiros objetos da minha paixão.
Saudações Tricolores.