Logo que chegou ao Fluminense, Eduardo Baptista contava com Ronaldinho Gaúcho. O apoiador, no entanto, pediu para sair pouco tempo depois. Opção essa lamentada pelo técnico tricolor. O treinador reconhece que o encontrou abaixo do restante do grupo fisicamente, mas contava com sua evolução gradual e apostava nele para ser um jogador a dar peso ao time nas eventuais ausências de Fred.
– Tinha pressão. Mas quando trouxeram o Ronaldinho, era para ter um cara de peso para suprir esta falta de maturidade, oscilação… Só que ele chegou em um momento em que estavam todos voando, fisicamente todos bem. E ele chega em um momento em que está muito abaixo. Aquela coisa… você tem um Ronaldo no seu elenco e precisa colocar para jogar. Ele teve apenas uma semana de pré-temporada e já foi para o jogo. Quando cheguei, falei que a condição dele não estava boa e que ia se prejudicar e prejudicar a equipe. Nosso trabalho vai ser colocar você em forma para nos ajudar. Eu já visualizava uma Copa do Brasil a gente chegando, então imaginava que em uma semifinal teria o Ronaldo, mesmo sem estar 100%, em condição de no ajudar. “Não vejo você em condição de ser titular agora, e assim que eu sentir que dá para colocar, nós vamos colocar”. E a assim fizemos. Eu me desliguei da pressão interna e fiz o que eu achava certo. Ele começou a responder, até ser titular contra o Goiás. Não foi uma grande atuação, mas era só a primeira e ele vinha de uma carga de treinamentos. Aí ele achou da cabeça dele que talvez não tivesse ido tão bem e resolveu sair. Mas era um jogador que eu contava e talvez pudesse ter ajudado neste momento final. Era esse peso que nós precisávamos na ausência do Fred, por exemplo – disse.
Desmotivação, pelo menos, não era o problema. Na opinião do técnico, Ronaldinho se entregava nos treinamentos.
– É o jeito dele, meio “largadão”, mas comigo aqui ele trabalhava. Colocávamos o máximo de intensidade nos treinamentos, mas ele estava muito abaixo dos outros. Mas ele buscou. Quem não conhece ele, fala muito. É um cara extremamente tímido, simples… Não é um menino e tem de ser cobrado. Ele estava correspondendo e começamos a colocá-lo, mas ele resolveu sair. Eu acreditava que, talvez, ele pudesse nos ajudar mais – disse.