No Fluminense há 13 anos, Douglas teve uma história de sucesso desde a base, onde começou em 2004 ainda no futsal do clube, na categoria chupetinha. De lá para cá, foi campeão brasileiro sub-20 em 2015 e um dos principais jogadores na conquista. Tudo ia muito bem até o dia 5 de fevereiro deste ano. Após um jogo chuvoso contra a Portuguesa-RJ, no qual o Tricolor venceu pelo Estadual por 3 a 0, inclusive com um passe dele para Henrique Dourado fazer gol, o volante percebeu algo estranho no vestiário: seus olhos ficaram vermelhos.
– Foi estranho. Achei até que fosse alguma alergia por causa da chuva, do campo cheio de lama. Fui dormir tranquilo, mas acordei com dores nas articulações. Andava e doía. Foi a primeira vez, não sabíamos o que era. Tratávamos por três dias e eu voltava a jogar. Aí o olho começou a ficar vermelho ainda em campo e fomos ver o que era – lembra.
Os joelhos e articulações eram os principais focos de dor. Tudo ficou pior após a derrota do Fluminense para o Vasco por 3 a 2, em São Januário, pela terceira rodada do Brasileiro. Douglas mal conseguia andar ou dormir. Em casa chegou a precisar do auxílio de uma cadeira de rodas para se locomover.
– Jogo desde pequeno e nunca tive nada. O pior momento foi depois daquele clássico, doía muito. Nunca senti nada parecido. Não é qualquer um que aguenta. Mas isso já passou, estou curado. Faço tratamento e estou zerado. Tive medo de parar, mas sou um guerreiro – garantiu.
Foi após o clássico que Douglas parou por três meses. Ele ainda precisou esperar a chegada de medicamento dos Estados Unidos. O volante toma duas injeções por semana. Cada uma das doses custa R$ 9 mil e totalizam, por mês, R$ 70 mil. O cabeça de área precisa delas por um ano (termina em junho de 2018).
A redenção de Douglas e do Fluminense veio na última segunda-feira. O volante fez o primeiro gol e abriu a vitória por 2 a 0 sobre a Ponte Preta, no Maracanã. Com o resultado, o time afastou as chances de ser rebaixado no Brasileirão.