Foto: Eurico Leonan/SPFC

O Fluminense venceu o São Paulo no returno do Brasileirão pelo placar de 2 a 0, sendo esta uma vitória indiscutível. Todavia, o time do Morumbi reclama de um possível erro de direito, onde Thiago Silva, na origem da jogada do primeiro gol de Kauã Elias, preferiu parar a jogada do que seguir com a vantagem dada pelo árbitro Paulo César Zanovelli (suspenso pelo STJD com 15 dias sem poder apitar).

Em entrevista coletiva dada na última terça-feira, o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, falou sobre o caso, criticando a postura do São Paulo. Relembre a fala: 

 
 
 

– O Fluminense não vai falar desse tema aqui ou buscar anulação da partida (diante do Atlético-GO) como o São Paulo está fazendo contra nós, a meu ver de forma absurda. (…) Contra o São Paulo, não há sequer um erro de fato. Há o cumprimento da regra de jogo que não beneficia o infrator, pelo contrário (…) – disse Mário.

Após tal declaração, o presidente do São Paulo, Julio Casares, respondeu a declaração de Mário, cutucando de maneira desrespeitosa o Fluminense. Casares mencionou a Copa João Havelange de 2000, onde supostamente o Tricolor das Laranjeiras deveria jogar a Série B. Todavia, em tal torneio não existiam divisões inferiores, com todos os clube do país se enfrentando em módulos Veja abaixo fala do dirigente são-paulino:

– Vi a declaração do Mário Bittencourt, um amigo, gosto dele como dirigente, mas acho que ele derrapou. Se a gente voltar aos anos anteriores, vamos observar que teve times que subiram para as divisões especiais passando por cima da regra estabelecida. Isso sim seria voltar há tempos atrás. Estamos trabalhando em cima do que a lei nos permite. O São Paulo está lutando porque foi um erro claro de direito. Se não for discutido, vamos anular essa cláusula – disse ele, prosseguindo:

– Se tem um erro de direito tão claro e demonstrado e ele não for analisado, para que existem esses homens sérios no STJD para analisar isso? É melhor extirpar essa cláusula. Acaba com erro de direito, ela nunca será colocada em prática. Se existe e ficam falando que pode ser um mal para o futebol, então tira a cláusula, ela não é mais exequível. Acho que o Mário derrapou, a vida da gente às vezes a gente erra na emoção – concluiu.

O Fluminense nunca pulou de divisão; entenda o caso

Em 2000, o Fluminense disputaria normalmente a segunda divisão após vencer a terceira, em 1999. No entanto, o Botafogo, que terminou o torneio entre os últimos colocados (portanto, rebaixado no campo), entrou no STJD alegando documentos com idade adulterada do jogador Sandro Hiroshi, do São Paulo. Com isso, o Alvinegro carioca conquistou os pontos de um jogo que perdeu por 6 a 1 para os paulistas e o Gama, de Brasília, foi rebaixado em seu lugar.

Dada a influência do clube de uma das cidades satélites do Distrito Federal, os dirigentes do Gama entraram na Justiça e obrigaram a CBF a largar a mão da realização do Brasileirão de 2000 (A FIFA informou que o Brasil poderia ficar fora da Copa do Mundo de 2002). Desta forma, o “Clube dos 13” foi o responsável pela organização, tal como ocorreu em 1987 (onde Vasco e Botafogo foram rebaixados em campo ao final do torneio de 86).

O Fluminense, por sua vez, recém promovido à Série B e que não teve nenhuma relação com o caso, fez parte do Módulo Azul (com os clubes da Elite do Brasileirão e mais alguns da Série B). Os outros eram o Módulo Amarelo, o Módulo Verde e também o Módulo Azul.

Vale lembrar que o Fluminense terminou em 3º na classificação final do Módulo Azul e que a final foi entre Vasco da Gama e São Caetano (que estava no Módulo Amarelo). Com tudo isso, é possível declarar que o Fluminense nunca pulou de divisão e não foi beneficiado, principalmente pelo fato de não ter existido divisões inferiores em 2000. Essa declaração é uma das maiores fake news do futebol brasileiro.