Os jogos deficitários do Campeonato Carioca afligem não apenas os clubes. Diretor de marketing do Consórcio que administra o Maracanã, Marcelo Frazão, afirma que o estádio te sido uma dor de cabeça para a concessionária, que só lucraria com público médio superior a 30 mil pagantes por jogo.
– O Maracanã tem dado prejuízo. O futebol como atração é extremamente deficitário. O Maracanã precisa de um público de 25 a 30 mil. Depende do ingresso médio, mas a conta é essa de 30 mil, algo em torno disso. Para um estádio de 78 mil lugares, é inviável abrir para um jogo como Flamengo x Volta Redonda. É certeza absoluta de prejuízo. O estádio não foi feito para isso. Nunca foi, ainda mais agora com a mudança do modelo de gestão. Não há lugar no mundo em que isso aconteça. Temos o tamanho do Old Trafford, do Olímpico de Roma, e não existe jogo com menos de 30 mil pessoas nesses estádios. Não há viabilidade e nem lógica abrir o Maracanã para um jogo com menos de 20 mil pessoas. A estrutura do estádio não é feita para esses jogos – disse.
Antes do processo de licitação, o Maracanã já recebeu públicos de até menos de mil torcedores. Entretanto, Frazão explica que com os novos tempos fica inviável uma operação desta forma.
– O que acontecia era um estádio subsidiado pelo governo. Ou seja, pelo contribuinte, tanto aquele que gosta de futebol ou não. Alguém pagava essa conta. No modelo antigo, além de pagar a conta, o cidadão tinha um serviço discutível, desde a limpeza de banheiro até outros detalhes. A manutenção era praticamente nula, o estádio vivia em reformas. E chegamos ao novo modelo. Agora há um direito de exploração do Maracanã sem qualquer subsídio do governo. Pelo contrário, temos nossos compromissos pelo direito de explorar o estádio. Temos manutenções enormes, bem diferente do Maracanã antigo: iluminação, ar condicionado, elevador, escadas rolantes, enfim, produtos de limpeza… É óbvio que a entidade vai buscar uma viabilidade financeira. Alguém está pagando a conta. Ou o contribuinte volta a pagar a conta para um serviço pior, sem manutenção, ou teremos um estádio com suas responsabilidades financeiras.