Campeão da Taça Guanabara com o Fluminense, Fernando Diniz comentou sobre como conduz sua relação com os jogadores. Ex-atleta de futebol, o técnico afirma ter uma preocupação também de ajudá-los e prepará-los para fora de campo.
— Essa relação minha com os jogadores é um troço que… Talvez a alma do meu trabalho seja a relação que estabeleço com os jogadores. Acho que o futebol é um meio, não um fim, para melhorar a vida das pessoas, em especial a dos jogadores. Carrego comigo sempre esse desejo de melhorar a vida deles. Carrego também um receio grande do que vai acontecer na vida deles quando encerrarem a carreira em média com 35 anos. Tem um jogador que eu fui que nunca vai deixar de existir dentro de mim. Fui um jogador típico brasileiro: nasci em uma família com oito irmãos, fui órfão de pai muito cedo, criado na periferia de São Paulo, na Zona Leste. Eu sei o que é ser jogador, como o sistema é muito bruto, cruel – disse, prosseguindo:
— A gente vê um jogador de 16, 17 anos, se não rende já é massacrado emocionalmente. Então a minha vida é de dedicação para os jogadores. Acho que consigo atingi-los porque é uma coisa muito verdadeira. Acho que é o que eu faço de melhor. Aí por conta desse cuidado eu desenvolvo algumas coisas táticas que é um subproduto do principal que é a intenção de ajudar. E depois disso criar essa simbiose de jogador com torcedor. Futebol que a gente conhece, todo mundo é secundário. A relação mais importante é a conexão dos jogadores com a torcida. Isso é uma coisa muito linda, mas tem que partir dos jogadores, eles que têm que entregar o resultado, a performance para o torcedor se alegrar. Quando isso se concretiza com título, é um motivo de muita satisfação para mim.