Há pouco menos de duas semanas, o Fluminense fez a inauguração simbólica do centro de treinamentos do clube, localizado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. A obra, comandada pelo vice-presidente de projetos especiais, Pedro Antônio, não sairia do papel – ou teria continuidade – não fosse a fortuna investida pelo dirigente e, também, empresário. Até o mês passado, os recursos de Pedro Antônio estavam próximos do fim, no que tange o acordo de empréstimo com o Time de Guerreiros. Inicialmente, a obra foi orçada em R$ 45 milhões. Pedro conseguiu reduzir tal valor para R$ 32 milhões. O Fluminense já começou a pagar dos R$7 milhões injetados pelo dirigente, mas alguns cheques não foram depositados recentemente por ainda não possuírem fundos.
– O assunto do reembolso do Fluminense referente às obras do CT o Presidente me disse que vai equalizar em breve. Os valores que foram reembolsados até agora tanto do CT como de outros empréstimos, foram feitos sem nenhum juros ou qualquer correção – destacou Pedro Antônio, entrevista exclusiva para o NETFLU.
Questionado se não havia a Taxa Selic realmente fazia parte do contrato e se vinha sendo depositada junto com o restante do montante, o vice de projetos especiais reiterou.
– Nunca! Nem R$ 0,01. O contrato prevê Taxa Selic, mas nunca pedi e nunca recebi – frisou.
Embora seja de conhecimento público os atrasos em torno dos pagamentos do clube para com o dirigente responsável pelas obras do centro de treinamento, a tesouraria do Fluminense explica o cenário por um outro prisma. Segundo o encarregado pela pasta, Claudio Pires Barçante, todo o débito sempre fora acertado, em dia, com Pedro Antônio. O que ocorre é que o vice de projetos especiais colocou mais dinheiro (R$4 milhões a mais, totalizando R$7 milhões) do que o acordado inicialmente.
– Até o momento, todos os cheques foram pagos dentro do prazo. Só que foi feito mais do que estava previsto – revelou ao portal número 1 da torcida tricolor.
Durante muito tempo, os discursos de que Pedro Antônio estaria ganhando mais do que perdendo com o incentivo financeiro na construção do CT foram uma constante. O tema nunca deixou de sair da pauta nos bastidores do Fluminense. Será que o dirigente estaria tirando vantagens? Ao ser indagado, Pedro Antônio respondeu sem titubear.
– Imagina quanto coloco de forma indireta mensalmente. Além de máquinas e equipamentos meus que estão nas obras e nas Laranjeiras. Mais alguns pagamentos meus diretos – finalizou.
A expectativa é que o Fluminense utilize o espaço já depois das Olimpíadas. Enquanto isso, as Laranjeiras e Urca continuarão sendo do quartel general do departamento de futebol.