A saída de Gustavo Scarpa rumo ao Palmeiras munido de mandado de garantia não prejudicou apenas ao Fluminense. O Desportivo Brasil, de Porto Feliz, interior de São Paulo, também saiu perdendo. Afinal o clube paulista, que revelou o apoiador e o negociou com o Tricolor, teria direito a 40% do valor em caso de uma venda do jogador. Por lá, a postura é de esperar o fim da disputa judicial para tomar alguma medida.
– Nós temos direito a 40% de uma negociação. Como houve um problema na Justiça e o atleta saiu livre, esse direito tem de ser discutido. Como nós temos uma relação muito boa com o Flu, vamos aguardar primeiro a decisão da Justiça – disse o presidente do Desportivo Brasil, José Carlos Brunoro.
Saiba como foi feita a divisão dos direitos entre Fluminense e Brasil por Scarpa:
. O Flu fechou a contratação de Scarpa do Desportivo no molde de parceria: cada clube ficou com 50% do meia.
Em duas renovações de contrato, os times concordaram em ceder 10% ao jogador (5% em cada uma das ampliações de vínculo).
. O fatiamento, então, ficou assim: Flu com 40%, Desportivo com 40% e Scarpa com 20%.
. O contrato ainda previa multa rescisória de R$ 200 milhões.
A negociação com o Palmeiras rendeu dinheiro apenas a Gustavo Scarpa e seus agentes. A operação custou 6 milhões de euros (R$ 23,5 milhões) ao clube paulista, valor que inclui luvas e comissões aos intermediários da negociação, a serem pagos ao longo de três anos. Assim, o Verdão ficou com 100% de seus direitos.
Scarpa se destacou no Desportivo Brasil na Copinha de 2012. À época, o clube era da Traffic para revelar jogadores. Marcelo Teixeira, hoje diretor esportivo da base tricolor, era olheiro do Manchester United e já observava o jogador. Ele recomendou sua contratação.
Antes de perder o meia para o Palmeiras de graça, o Fluminense chegou a recusar propostas para sua venda.