A polêmica questão sobre a volta do futebol durante a pandemia do coronavírus virou assunto também na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Na semana passada, o deputado Jorge Felippe Neto, do Partido Social Democrático (PSD), propôs o projeto de lei nº 2569/2020 que defende o retorno dos jogos no Maracanã e usa como base o protocolo feito pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj). A proposta, publicada em diário oficial da última sexta-feira, ainda não foi votada e tem prazo inicial até o dia 22 de maio.
O parlamentar pede a volta das partidas desde que seja sem a presença de público e respeitando as normas de segurança elaboradas pela Ferj, mas só após “expressa autorização das entidades competentes”. Nas “conclusões”, o documento diz que “devemos considerar que a faixa etária predominante nas referidas atividades têm baixo risco de desenvolvimento de formas graves da COVID-19”, e na justificativa do projeto de lei alega que “o futebol é uma paixão do povo do Estado, podendo se converter em um importante meio de distração, reduzindo o stress do isolamento”.
Procurado pela reportagem do GloboEsporte.com, Jorge Felippe Neto foi questionado sobre como seria este retorno do futebol com o Maracanã sendo usado como hospital de campanha. A assessoria de imprensa do parlamentar respondeu:
– O Hospital de Campanha e suas necessidades prevalecem. O deputado Jorge Felippe Neto não tem a intenção de que o PL seja votado de imediato e não pediu urgência na votação. Apenas o Maracanã foi objeto do PL, uma vez que se trata de um estádio estadual. O Hospital não utiliza o Estádio em si e a utilização não envolveria torcida. O PL tem a intenção de criar um protocolo que siga recomendações médicas e de autoridades sanitárias. O futebol do Rio deve voltar de forma segura, planejada e sem abertura ao público num primeiro momento, como feito pela Coreia do Sul e Alemanha. A FERJ montou um bom protocolo se responsabilizando e a intenção do deputado Jorge Felippe Neto é que ele seja seguido à risca tão logo possamos tomar os primeiros passos rumo à normalidade – disse o deputado.
Sobre previsão de votação do Projeto de Lei, a assessoria respondeu que “a intenção é apenas iniciar a discussão sobre as precauções nos jogos, já que nada voltará a ser como antes por um bom tempo, mesmo depois da fase mais aguda da pandemia”. Para o parlamentar, se um protocolo ganha força de lei este documento “passa a ser uma referencia a ser discutida e adotada com força legal”, tornando obrigatória a testagem em todos envolvidos na realização de partidas de futebol.