Nino se despediu do Fluminense após cinco anos de serviços prestados ao clube. Desde 2019 nas Laranjeiras, o zagueiro tornou-se um símbolo do projeto de reconstrução do Tricolor, vivendo desde a fuga do rebaixamento naquele ano até o título da Libertadores conquistado em 2023, com a taça levantada por ele.

Nino fez sua estreia no Fluminense em 24 de março de 2019. Curiosamente, ela aconteceu sob o comando de Fernando Diniz. Naquele ano, o Tricolor lutaria contra o rebaixamento e viveria uma ebulição política, com a antecipação do pleito para a saída de Pedro Abad e o início da gestão Mário Bittencourt, que viria a transformar o clube.

 
 
 

Em 2020, aos poucos, o Tricolor foi mudando sua cara. Apesar do vice estadual e das campanhas vexatórias na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana, com eliminações para Atlético-GO e Unión La Calera (CHI), o Fluminense voltou a disputar o Campeonato Brasileiro na parte de cima e retornou para a Libertadores no ano seguinte, já com Nino sendo titular absoluto da equipe.

Foram muitos parceiros de zaga ao longo da trajetória. Entre eles, Matheus Ferraz, Luccas Claro, Manoel e, por último, Felipe Melo. Em 2021, o Tricolor seria novamente vice-campeão carioca, mas faria participações honestas nas Copas, indo até as quartas da final da Libertadores (eliminação para o Barcelona de Guayaquil) e da Copa do Brasil (queda para o Atlético-MG).

Em 2022, novamente na disputa da Libertadores, os torneios internacionais voltaram a ser o calcanhar de Aquiles do Flu de Nino. Eliminação traumática nos pênaltis para o Olimpia, ainda na terceira fase, e queda na fase de grupos da Sul-Americana. Através do Estadual, veio o primeiro título. No Brasileirão e na Copa do Brasil, o Tricolor também se manteve na primeira prateleira.

Isso tudo capitaneado por Nino, que assumiu a braçadeira após a aposentadoria de Fred. Como o próprio zagueiro disse em sua carta, Fred viu nele uma liderança que nem o próprio enxergou. Apesar de criticado por ser um capitão mais “calmo”, ajudou o Tricolor a chegar na semifinal da Copa do Brasil e a fazer sua melhor campanha no Brasileirão desde o tetracampeonato em 2012, ficando na 3ª colocação e garantindo a terceira participação seguida na Libertadores.

Era a hora do sonho de se tornar realidade. Estava escrito. Veio o bicampeonato carioca e a conquista da América, com Nino levantando os dois troféus. O garoto que chegou ao clube com 21 anos cresceu, evoluiu, conquistou a medalha de ouro olímpica e sua primeira convocação para a seleção principal. Deixa o Fluminense após 246 jogos, com 13 gols e três títulos. Boa sorte, capitão! E obrigado por tudo!