Tartá estreou no Fluminense sob o comando de Renato Gaúcho em 2007 (Foto: Photocamera)

Ex-jogador revelado pelo Fluminense, onde teve passagem importante, Tartá admitiu ter enorme carinho por Renato Gaúcho, técnico do Grêmio, adversário tricolor nas oitavas de final da Libertadores. O ex-atacaante confessa estar sempre na torcida pelo sucesso do treinador, mas nunca contra o Flu.

Tartá concedeu entrevista à ESPN e contou como Renato lhe deu enorme confiança quando foi seu comandante no Fluminense. Foi sob a batuta do treinador que estreou como profissional ainda em 2007.

 
 
 

— O Renato foi um cara muito especial. Sabemos o quanto, nesse início, é difícil essa transição do jogador que vem da base para o profissional, requer um certo cuidado. Eu sempre tive a sorte e o privilégio de ter um cara que entende muito de futebol, um ótimo gestor de grupo, de pessoas. Eu tive muita orientação, não só em questões de campo, mas na vida, no comportamental. Renato é um paizão, estou sempre na torcida por ele, a não ser quando é contra o Fluminense – falou.

E se engana quem acredita que Renato só trabalha com medalhões. Tartá lembrou que no Fluminense o treinador promoveu não só a sua ascensão ao time principal, mas de muitas outras crias de Xerém. E isso num tempo em que a Unimed, então patrocinadora, investia pesado no futebol tricolor com a contratação de “jogadores pesados”.

— Tinha eu, Maicon Bolt, Marinho, Alan…Uma galera de Xerém que estava sempre nos treinamentos, disputa muito grande. Nem todos conseguiam estar disputando as partidas, mas muita gente de Xerém fazia parte do elenco. E todos tinham uma boa relação com ele. Ao mesmo tempo que ele tinha um jeito mais marrento do jogador de futebol que se tornou treinador, aquele mais boleirão, e ele consegue acertar todo mundo – destacou, prosseguindo:

— Ele está sempre com uma piada, uma brincadeira que te deixa mais à vontade no ambiente do profissional, que é totalmente novo. Assim você consegue desabrochar mais rápido. Esse jeito dele, as brincadeiras que ele faz, as cobranças até em um tom de brincadeira que faz ficar mais leve. É de uma habilidade no tratar no dia a dia. E é um dia a dia muito leve. Isso em todo trabalho que ele faz.

Por fim, Tartá recordou ainda quando ele, ainda muito garoto, recebeu oportunidade de Renato Gaúcho como titular em jogo da campanha do vice-campeonato na Libertadores em 2008. Sem Thiago Neves, ele, seu reserva imediato, foi o escolhido.

— Todo mundo estranhou, porque era um menino, muito novo ainda. O Renato disse: “não, você é o reserva do Thiago, então vai jogar”. Ele na semana não falou nada, só treinou, preparou (o time). No dia do jogo, em uma conversa, ele chegou na frente de todos: “aqui só tem jogadores experientes, todo mundo te apoiando. Fica tranquilo, você tem capacidade. E se tudo der errado, você errar tudo, fica tranquilo, você não tem culpa de nada. Quem está te colocando para jogar e assumindo essa responsabilidade sou eu. Se tudo der errado, você fala que a culpa foi do Renato Gaúcho”. O cara que fala isso para você te faz entrar em campo muito leve. E ele ainda dizia: “passou do meio de campo, quero que você vá para dentro do cara, se perder a bola, vai de novo”. É um cara que incentiva que você tenha essa atitude, que faça o jogo do 1 contra 1. Hoje em dia, está cada vez mais difícil ter treinadores que te passem essa confiança – falou.

Tartá defendeu o Fluminense entre 2007 e 2011. Foram 89 jogos, com 12 gols e cinco assistências. O atacante conquistou o título brasileiro em 2010.

Fluminense e Grêmio se enfrentam na terça-feira, às 19h, no Maracanã, pela volta das oitavas de final da Libertadores. Depois de perder fora de casa por 2 a 1, o Tricolor tem de vencer por dois ou mais gols de diferença no tempo regulamentar para avançar diretamente às quartas de final. Se fizer um, leva a decisão pros pênaltis.