Dono de uma das melhores categorias de base do país, respeitada também no mercado internacional, o Fluminense vê seus concorrentes estaduais diminuindo a distância no que tange a performance nos últimos anos. No mês passado, o Flamengo comemorou o primeiro título internacional de sua base na história, por exemplo. O rival, inclusive, possui três dos jogadores abaixo dos 21 anos mais bem caros do país: Vinícius Júnior, Paquetá e Lincoln. O cenário demonstra uma tendência de encurtamento da distancia entre o Rubro Negro e o Tricolor.

Com problemas financeiros, Xerém vem sendo asfixiado desde que o presidente Pedro Abad assumiu o poder. A guerra política que agita os bastidores das Laranjeiras também tem feito um estrago nas pretensões da base do Fluminense. Tanto que desde o ano passado, o Tricolor só participa de torneios internacionais onde não tenha custo algum. Desta forma, a diretoria da base teve de recusar convites de importantes competições, entre elas o Torneio de Oberndorf, na Alemanha, e a CEE Cup, na República Tcheca, conforme apuração do NETFLU.

 
 
 

A base com mais viagens para competições nos últimos cinco anos vem sendo muito criticada por conta dos gastos envolvidos nestas competições. Para participar do Torneio de Oberndorf, por exemplo, o Tricolor teria que desembolsar US$ 50 mil (cerca de R$ 160 mil), o que não é bem visto por grande parte da cúpula do clube. O fato de o diretor esportivo Marcelo Teixeira ter dividido o tempo entre Xerém e os profissionais também dificultou um pouco na estratégia de desenvolvimento do trabalho da base.

Os que defendem os projetos de Xerém afirmam que o trabalho internacional da base vai muito além das conquistas de importantes torneios, que contam com Real Madrid, Inter de Milão, Barcelona, PSG e outros gigantes europeus. Para eles, o chamo “plano de carreira internacional” foi fundamental na evolução de atletas como Marquinhos Calazans, Reginaldo, Pablo Dyego e Luiz Fernando. O projeto já rendeu mais de R$ 5 milhões para a agremiação, com empréstimos e vendas, embora os custos totais de investimentos não sejam divulgados. Nesse contexto, jogadores como Peu, Nogueira e Marlon Freitas, que não caíram nas graças da torcida, foram formados.

Para completar, ainda existe o que foi designado como “evolução do plano de carreira”, o projeto Flu Europa, com o STK Fluminense Samorin, que é o mais polêmico de todos, já que muitos defendem sua descontinuidade, entendendo ser um desperdício de dinheiro. A filial tricolor no Velho Mundo, entretanto, segue funcionando e procura novos parceiros.

Confira os 18 títulos internacionais da base do Fluminense:

Campeão da Copa Brics-CHN Sub-11 (2017)
Campeão do Torneio Terbog-HOL Sub-20 (2015)
Campeão da Spax Cup-ALE Sub-20 (2015)
Campeão do Torneio de Oberndorf-ALE Sub-20 (2014)
Campeão da Aegon Copa Amsterdam-HOL Sub-20 (2014)
Campeão da Internationale Oranjetoernooi-HOL Sub-15 (2014)
Campeão do Subroto Cup-IND Sub-17 (2014)
Campeão da Al Kass Cup-QAT (Mundial) Sub-17 (2013)
Campeão do Italian-Brazilian Tournament-ITA Sub-20 (2013)
Campeão do Torneio de Oberndorf-ALE Sub-20 (2013)
Campeão Mundial Sub-15 MUPC (2008)
Campeão Zayed International Tournament-EAU Sub-19 (2008)
Campeão Milk Cup Sub-16 – Irlanda do Norte (2007)
Campeão Tournoi International de Monthey Sub-20 (2006)
Campeão Mundial Sub-15 MUPC (2005)
Campeão Zayed International Tournament U-19 (2004)
Campeão Torneio de Oberndorf-ALE Sub-20 (2001)
Campeão Copa Santiago-CHI Sub-17 (1999)