A Primeira Liga volta a enfrentar uma crise de bastidores. Isso por causa da venda de direitos de transmissão da competição para a Rede Globo por três anos pela quantia de R$ 69 milhões (R$ 23 milhões por temporada). O que poderia unir, na verdade está desunindo os clubes. O racha é pelo modelo de divisão. Atlético-PR e Coritiba, por exemplo, já ameaçam abandonar a disputa. Outras agremiações, em menor escala, também mostram certo descontentamento.

Um executivo da Globo informou que o modelo de divisões de cotas foi feito aproveitando-se o que já se usa em estaduais e no Brasileiro. A Liga, quando surgiu, tinha como um dos alicerces uma divisão mais próxima entre os participantes.

 
 
 

Sem uma licitação, ideia anterior do grupo, só a Globo fez proposta pela Liga. O Esporte Interativo, outro interessado, desistiu de apresentar oferta. Os clubes, por motivos polítivos, optaram pela emissora mais tradicional, com a qual a maioria já têm contrados em seus respectivos estaduais e no Brasileiro.

Na negociação com a Globo, a Primeira Liga estipulou que o dinheiro seria dividida em quatro categorias, em ordem de ganhos: uma com o Flamengo, uma segunda com Fluminense, Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio e Internacional, a terceira casta com Atlético-PR e Coritiba, e a última com o restante dos participantes. Tal modelo foi apresentado em assembleia no dia 20 de outubro, em Belo Horizonte. O Furacão, que não enviou um representante, foi o único a não assinar o documento de aprovação.

Porém, depois de concordar num primeiro momento, o Coritiba, mudou de postura.

– O meu vice-presidente chegou a aceitar isso na reunião, mas assim que ele me comunicou eu disse que não toparia. Não vou concordar de maneira alguma. O patrocinador não pode pagar mais ou menos para um ou outro – disse Rogério Bacellar, presidente do Coxa.