(Foto: Lucas Merçon - FFC)

Vice-geral do Fluminense, Celso Barros concedeu uma entrevista exclusiva aos canais Fox Sports e comentou sobre a aprovação do protocolo “Jogo Seguro” por parte dos clubes, em reunião promovida pela Ferj com o Arbitral da Série A do Estadual. Contra o retorno do futebol neste momento, o dirigente falou em insegurança e questionou a transparência do comitê médico montado pela Federação.

– Todos nós queremos a volta do futebol, mas acho que não nesse momento. Eu estranhei profundamente o encontro dos presidentes de Vasco e Flamengo com o Bolsonaro, que desde o início dessa pandemia sempre defendeu que não tinha que ter isolamento. Como segue defendendo hoje, mesmo com 35 mil mortos, que não tem que ter. A gente viu que a maioria dos líderes do mundo com essa postura, voltaram atrás. O próprio Trump, fechou os EUA para os brasileiros. Então será que estamos certos? (em querer que o futebol retorne nesse momento). Acho que isso gera uma preocupação enorme não só para os jogadores, mas para a população em geral. Insegurança para os atletas, as famílias deles, os funcionários, pessoas mais simples que trabalham no futebol. Há pouco vimos nosso prefeito (Crivella) sumir com óbitos, prefeito esse que defende a volta dos treinos no CT, e agora estamos vendo o Ministério da Saúde não divulgar os números. Nosso governador também abriu hoje shoppings, restaurantes… Quer dizer, o que vai acontecer? Eu sou médico, pediatra, conheço muito bem virose, porque trabalhei com crianças e elas são mais suscetíveis a esse tipo de doença. Isso é exatamente o que o vírus gosta. Então eu vejo sim com uma grande preocupação. Acho que estamos próximos de voltar, mas não vejo o porquê essa urgência de retornar imediatamente. Podemos voltar quando as condições de segurança forem melhores. À medida que você libera tudo, transportes coletivos, ônibus, trens, barcas, é complicado… Gostaria de saber quem foram os médicos desse comitê que a Ferj montou e que aprovou o protocolo. Porque, por exemplo, ortopedistas, com todo respeito, são os mais qualificados para dar um parecer nesse momento? Eu que sou pediatra e já lidei muito com virose não me sinto qualificado para isso. Tem que haver transparência – disse.