A cúpula do Fluminense considera que deu mais um passo importante rumo a diminuição da diferença entre os valores recebidos pelos clubes brasileiros no que diz respeito aos direitos de transmissão. O acordo entre Serengeti e Forte Futebol, selado preliminarmente no início de fevereiro, é visto com muito otimismo pelos cartolas tricolores.
É natural que se dê muita atenção aos grandes números da negociação: R$ 4,85 bilhões em troca de 20% da liga de clubes por um período de 50 anos. O NETFLU apurou que, no que depender do Conselho Deliberativo (CDel) do clube das Laranjeiras, o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, terá total carta branca para sacramentar o negócio.
Como era previsto, o contrato precisaria da validação dos órgãos deliberativos dos clubes, etapa que os dirigentes consideram relativamente fácil de cumprir. A Serengeti se comprometeu em fevereiro fazer um pagamento antecipado de R$ 350 mil para cada clube. No total, portanto, trata-se do repasse de R$ 9 milhões para comprar um assento à mesa, como fora explicado pelo repórter do GE, Rodrigo Capelo, três meses atrás. O pagamento, porém, é considerado um “gesto de boa vontade” por parte da investidora.
O NETFLU teve acesso ao texto original enviado para os conselheiros antes da realização da reunião que sacramentou os poderes de Mário Bittencourt em torno do tema. Confira:
Autorizar a assinatura do “Term-Sheet” celebrado com Serengeti Asset Management e LCP Gestora de Recursos Ltda., conforme aprovado em Assembleia Geral Extraordinária da Liga Forte Futebol do Brasil, ocorrida em 06.02.2023, em todos os seus termos e conteúdo, e autorizar o Presidente e Vice-Presidente Geral do Clube a praticarem todos os atos necessários à negociação, implementação, assinatura e conclusão dos negócios previstos no Term-Sheet, conforme estrutura final que vier a ser acordada, incluindo mas não se limitando à negociação e celebração dos “Transaction Documents” (os documentos definitivos), conforme definidos no Term-Sheet, para venda de 20% dos direitos comerciais e de transmissão, pelo prazo de 50 anos.
A expectativa é que com a ajuda da Serengeti, as receitas aumentem exponencialmente junto as cotas de TV. Com esta venda dos direitos, diz-se que o Fluminense receberia em torno de R$ 200 milhões da Serengeti em até um ano e meio. O valor seria utilizado para abater a dívida e fazer investimentos em atletas.
Já com relação ao repasse das cotas da Liga Forte, imaginando que o clube das Laranjeiras consiga R$ 150 milhões numa temporada, por exemplo, R$ 30 milhões iriam para os cofres da empresa supracitada, correspondendo a 20% do todo. Além do Tricolor, a Liga Forte tem como principais clubes envolvidos o Athletico-PR, Internacional, Fortaleza e o Atlético-MG.