Pelos clubes por onde passou, o técnico Fernando Diniz sempre ficou marcado por duas coisas. A primeira delas: seu estilo de jogo ousado e bonito de se assistir, com muita posse de bola e toques rápidos, com movimentação constante. A segunda: seu temperamento. Considerado pela imprensa como um dos motivos pela sua saída do Atlético-PR, o jeito explosivo de Diniz não foi tão bem visto assim em seus últimos trabalhos, mas segundo o próprio, é algo que ele precisa e que trabalha para melhorar. – Estou melhorando. Não fui mais expulso, pois defini que tinha que parar com isso. Ás vezes você cobra de maneira mais agressiva e é preciso tomar cuidado para não se expor, mas se for para o bem do time, tem que se expor. Sempre procurando maneiras de melhorar os jogadores. É uma dança que nunca se aprende a dançar perfeitamente. Ajudei muita gente que estava desacreditada, mas vou escutando as pessoas, as coisas inteligentes na imprensa, e vamos melhorando. O Athletico me fez crescer e rever muitas coisas que tento fazer para melhorar. Na essência não mudei nada em relação ao que fazia no Votoraty, onde comecei. Tenho uma preocupação muito grande com o jogador, porque sei que o futebol é uma ilusão. A maioria dos que jogaram comigo está ferrada hoje, com os filhos em escolas de péssima qualidade e vivendo da ajuda do poder público. Tenho medo de que não consigam, não somente jogar bem, como cuidar da própria vida. Então quando vejo o cara rebaixando as próprias chances que tem no futebol e na vida, isso me incomoda. Tenho a vontade de ajudar o jogador, de querer que consiga jogar bem e se tornar uma pessoa melhor. É algo de que não abro mão. Tento modificar a vida dos caras nessa máquina de moer gente que é o futebol. Poucas pessoas suportam a pressão, o problema é mais psico-social do que a metodologia de treino – explicou ele.