EM QUE PÉ ESTÁ A CONVERSA COM CONCA?
Nesse aspecto estou muito tranquilo, otimista e espero em breve dar essa alegria. Estamos torcendo para o Conca conseguir ser campeão da Liga dos Campeões da Ásia. Domingo lá, sábado aqui vai ter o segundo jogo.
REBAIXAMENTO PODE ATRAPALHAR NEGOCIAÇÃO
Nós nem estamos trabalhando com este aspecto. Estamos unidos, focados com esse aspecto e essa situação. Nós já estamos trabalhando com a situação do Conca para que ele integre o elenco do Fluminense no ano que vem.
OPOSIÇÃO
Não gosto nem de ficar me comparando, o que eu acho é que a gente tem que olhar na maneira de trabalhar. O Fluminense mudou, mudou a atitude, mudou a maneira de encarar a parte econômica, financeira. Mudou a maneira de encarar a infra-estrutura, de encarar Xerém e principalmente na maneira de encarar um clube. Nós trabalhamos muito para acabar com aquele negócio de privilégio, de “eu vou ter apoio politico se o cara fizer isso, fizer aquilo”. Realmente, por isso que tem gente que não gosta de mim. Estava acostumado com uma política clientelista no clube muito forte. Hoje todo mundo tem que pagar estacionamento, todo mundo tem que cumprir tudo. A regra serve para todos. O Fluminense democratizou. Qual seria o valor do Fluminense se não tivesse a torcida, se essa torcida não se associar como nós vamos competir no mercado de futebol, que é bilionário e tão disputado hoje. Você ter 27 mil sócios, gastando quase nada esse ano, imagina quando gastarmos. Quando assumir o clube, ele tinha 42 milhões de déficit, fora os 400 milhões de dívida. Fechamos dois anos com 3 milhões de déficit e esse ano devemos ser superavitário, o que significa em capacidade de investimento. Na performance esportiva, ainda sofremos com ela, pela estabilidade, sofre. Mas essa construção não pode parar. Se ela continuar, vai chegar um momento que o Fluminense vai ter uma capacidade de investimento clara e não vai mais ter esse tipo de dificuldade.
LUTA CONTRA O REBAIXAMENTO
O futebol brasileiro vem sendo muito parelho ano a ano por diversos motivos. Tem clube organizado, não organizado. Com estrutura, sem estrutura. Com estádio, sem estádio. Tudo isso faz do mercado, um mercado muito instável, então você tem essa volatidade entre os clubes brasileiros. No caso do Fluminense, não há a menor dúvida de que o clube ainda paga um preço muito caro pelo passado. No mesmo momento, outros clubes construíram centros de treinamentos modernos, até dois CT´s, estádios próprios, melhoraram a infraestrutura, controlaram o crescimento da dívida. O Fluminense nesse caminho ele se perdeu, durante um tempo. Continuou utilizando o mesmo centro de treinamento da década de 20. A única coisa que mais chamou atenção no futebol do Fluminense foi Xerém na década de 80 e mesmo assim estava em condições bastante abaixo do que deveria e na parte financeira e econômica nem fala. Assumi o clube, tinham 400 milhões de dívida e o mercado pune. A concorrência na contratação de atletas, no investimento da base, passa pela capacidade de gastar dinheiro. No caso do Fluminense, que bom que tem um parceiro como ele tem. Ajudou muito, viabilizou que o clube alcançasse grandes resultados nos últimos anos, mas não evitou que nos últimos anos passasse por algumas situações muito difíceis. Acho que o Fluminense está totalmente organizado, já com infra-estrutura, qualidade nos equipamentos, prioridade no centro de treinamento, divida controlado, que é uma coisa que estamos alcançado agora. Tínhamos alcançado na parte trabalhista, agora na parte fiscal. Vamos estar pagando entre 2,5 milhões, 2,7 milhões de dívidas por mês com ela toda equacionada. Quer dizer, time que não está gastando isso, você imagina que ele tem investimento, pode gastar isso para montar time. Nós estamos pagando muito o preço do passado, mas pouco importa, temos que olhar o futuro, esse trabalho de crescimento, de reconstrução do clube não pode parar porque a dívida tem que ser cada vez menor e a receita cada vez maior. Infra-estrutura cada vez maior e a performance cada vez melhor. A luta é essa no final do ano.
PERDAS DE NEM, THIAGO NEVES E DECO – FALTOU REPOSIÇÃO?
Volto a dizer, o Fluminense sofre essas consequências e estamos procurando trabalhar com outro desenho que não seja aquele antigo, que era ter que vender jogador para pagar salários atrasados. Perder jogador porque entrou com ação judicial porque não recebia há três meses. Trabalhamos muito para que isso não acontecesse. Tivemos problemas com relação a parte fiscal, porque não aceitamos a posição do governo, reagimos e acabamos “casando” novamente no final do ano para que viabilizasse tanto para o Fluminense quanto para o estado receber os valores, que são importantes. Acho que a gente, por causa disso tudo, é normal que ainda tenha que vender jogadores. Isso faz parte de um processo que carrega esse passado, mas que nós trabalhamos muito para que não precise mais no futuro. É normal que um clube que invista numa divisão de base que produza tantos jogadores como o Fluminense produz venda jogadores ano a ano. Só que o ideal é que não venda sem uma peça de reposição com o mesmo perfil.
REELEIÇÃO
Acho que o trabalho, o resultado esportivo hoje é um desafio, estamos chegando no fim do ano. Mas se você olhar a construção do clube nos últimos tempos, nós temos aí um terreno na Barra, em uma área certamente é um novo coração do Rio. Então, nós avançamos bastante na parte burocrática, pública. O ideal é começar a construir a partir do ano que vem, para termos uma privacidade, uma infra-estrutura de qualidade. Continuar investindo em Xerém, queremos levar a parte técnica para baixo. Agora nós queremos trabalhar um ano com o sócio-futebol. Quando assumi o Fluminense tinha 4 mil sócios efetivos pagantes e 3 mil não pagantes. Hoje nós somos 12 mil efetivos pagantes e no total somos 27 mil, sendo 24 mil pagantes. O Fluminense quintuplicou a sua receita de mensalidade. O Fluminense está crescendo ano a ano. Acho que a gente não pode é desistir. Não podemos ter um retrocesso nisso. Já vimos como foi o passado e a gente fala: “bom, é o passado voltando”. Isso nós não queremos. Acho que esse desafio, de uma candidatura, é um desafio pelo que a gente está trabalhando, pelo que já fizemos e para poder fazer uma segunda parte desse trabalho, mas também para olhar porque o que vem do outro lado é um grande retrocesso. Que nos fez sofrer, nos fez enfrentar todo desafio que nós enfrentamos esse desafio no Fluminense.
PRÓXIMOS TRÊS ANOS
Acho que o clube ainda tem que fazer algumas coisas importante. Acho que agora com a parte toda da dívida equacionada, organizada, ela tem um custo alto, falei para vocês hoje. Mas nós vamos ter uma capacidade de investimento e buscar a marca não de 27 mil sócios, mas de 100 mil sócios para o clube. Acho que a torcida pode ajudar, hoje em dia não tem mais aquela história antiga de “ah, eu não moro perto do Fluminense, não vou na piscina” acho que acabou. O torcedor está consciente, se pudermos fazer um trabalho com maior capacidade de investimento, certamente se um ano foram 27 mil, temos condições de triplicar, quadruplicar a matéria e fazer o Fluminense mais forte. É importantíssimo a construção do CT. Já estudamos bastante o solo para perceber que não adianta levar entulho e colocar o entulho para fazer aterro. É o tipo de aterro que tem que fazer perfurando, tirando a água do lençol freático, vamos dizer assentar, secar, para você trabalhar com areia, brita. É uma área muito difícil, mas é uma área muito nobre e nós já avançamos muito nisso.
CERTIDÕES NEGATIVAS
Isso é um ponto importante. As CND´S são fundamentais para o esporte olímpico. O esporte olímpico no Brasil trabalha hoje ou com programa público ou com projetos incentivados. Com a CND agora, eles vão ter uma capacidade importante. Agora organizacionalmente falando, esportes olímpicos e futebol fica muito complicado essa concorrência na gestão. Quem gerencia o futebol, tem que gerenciar o caixa do futebol, as despesas, as receitas, a dívida, tudo. Quem administra o esporte olímpico e o lazer tem que administrar com o seu caixa próprio, com o atendimento do marketing individualizado, com a parte jurídica individualizada, já que as demandas de contrato são diferentes. É fundamental para nós melhorarmos muito o nível de eficiência em ambos, você ter essa autonomia no grau de eficiência em cada um.
RELAÇÃO CLUBE-PATROCINADORA
Acho que o investimento da patrocinadora varia muito ano a ano e depende muito da situação de mercado, depende do Fluminense, da estrutura. O que acontece é que o Fluminense colabora cada vez mais, melhorando suas contas, melhorando sua estrutura e isso tende a ajudar muito, acredito, no investimento do patrocinador. Eu não discuto a política da Unimed, acho que não é o meu papel, que é discutir o Fluminense. O patrocinador sabe que pode contar comigo para o que der e vier.
PORQUE SÓ CONFIRMOU A CANDIDATURA DIA 6?
Porque ao invés de fazer a parte política, eu faço muito a parte de gestão. Fui praticamente quase que um executivo do Fluminense nos últimos três anos. Maracanã é um exemplo. Vivemos uma incerteza tão grande e depois fizemos um contrato que cria uma receita muito grande. Quantos jogos o Fluminense já fez deficitário no Engenhão, São Januário ou Volta Redonda. É impossível o Fluminense jogar e ter um resultado deficitário com um jogo no Maracanã pelo tipo de contrato que nós montamos. Assim, certeza é que trabalhei muito como executivo todo o tempo, acho que não posso chegar agora e simplesmente abandonar a parte executiva, a parte de foco também no desempenho esportivo e fazer campanha política. Acho que as pessoas já me conhecem e podem analisar como esse trabalho foi feito. Ver números, comparar, olhar o clube, visitar o nosso museu. O museu desde que eu tinha 5 anos de idade, gostaria que o Fluminense tivesse. Hoje está lá, são 500 metros quadrados muito bonitos, com alta tecnologia e que dá muito orgulho ao torcedor.
FORNECEDOR DE MATERIAL ESPORTIVO
Hoje nós estamos negociando um novo contrato com o fornecedor de material esportivo, um contrato melhor e posicionando melhor o Fluminense no mercado. Esse meu papel de executivo foi bem exercido no mercado.
CASO COM PROCURADORIA
Na verdade nós achamos uma grande injustiça a maneira como fomos tratados, a Timemania já durava sete anos, a maioria dos clubes já foi inadimplente nesse período e todos estavam correndo o risco de serem excluídos e apenas três clubes foram excluídos: Fluminense, Botafogo e Atlético-MG. Ficamos muito chateados com isso e acabou causando esse dissabor. Apesar disso, continuamos de cabeça erguida, mantivemos um fluxo de caixa importante, tivemos alguns pequenos atrasos, mas hoje o clube está todo em dia e essa questão ainda não foi totalmente resolvida. Faltam algumas burocracias, como a inclusão do clube no sistema, que a gente espera para amanhã ou sexta-feira