Em entrevista ao portal Lancenet, Mário Bittencourt falou sobre sua participação junto ao time do Fluminense, a paixão pelo clube e, claro, lembrou o caso da Portuguesa no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Confira aqui a íntegra do que disse o advogado tricolor ao veículo:
Muita gente tem dito que você pode entrar na galeria dos ídolos tricolores. Até bandeira prometeram fazer. Você se considera ídolo?
Não me sinto um ídolo mesmo. Ídolo da torcida é o jogador que faz gols, traz vitórias, ganha títulos. Ídolo é uma coisa mais ligada ao campo de futebol. As brincadeiras são saudáveis. Tanto as dos torcedores do Fluminense como as dos torcedores adversários. Adversário não é inimigo. As brincadeiras saudáveis não me incomodam em nada. Fazem parte do lado positivo do futebol.
Existe algum trabalho de conscientização para os atletas sobre as possíveis punições do tribunal?
Todo ano nós fazemos palestras para todas as categorias e o futebol profissional. Eu exponho os artigos nos quais os jogadores são mais julgados, mostro para eles o que diz o artigo, qual a pena que eles podem pegar e exibo vídeos de casos concretos. Treinadores e dirigentes também participam. É uma palestra de 45 minutos e bem didática.
Teve algum caso mais complicado neste ano?
O caso do Michael mexeu comigo de forma muito intensa. Além do trabalho técnico dá um desgaste emocional muito grande. Ele deu palestras, se comprometeu e o tribunal enxergou essa dedicação.
O Fluminense foi criticado por entrar como terceiro interessado nos julgamentos de Flamengo e Portuguesa. Mesmo sendo um direito legal do clube, a postura, para alguns, foi considerada desnecessária. Como você observa hoje a conduta tomada pelo clube?
Ser ético ou ser moralista é não defender o direito? O Fluminense foi ético e moral. Falta de ética seria para agradar meia dúzia de pessoas não lutar pelo interesse do meu cliente. Imoral e antiético é tentar criar uma tese para desrespeitar um regulamento que foi assinado e cumprido por todos os clubes na competição.
Normalmente nos momentos de crise você é convidado para ajudar no departamento de futebol. Como e por que isso ocorre?
Passei pelo futebol em 2009 naquela arrancada contra o rebaixamento. Fiquei de setembro de 2009 a abril de 2010. Foi uma passagem importante, interessante para mim. Voltei em 2011 logo depois da saída do Muricy quando o clube estava em último na fase de grupos da Libertadores. Trouxemos o Enderson, conseguimos dar aquela arrancada e classificamos naquele jogo histórico contra o Argentinos Juniors. O Heitor D’Alincourt, amigo e profissional do clube no Flu-Memória diz uma coisa para mim que é até engraçado porque eu nunca tinha para pensar antes. Ele fala que toda vez que passo pelo departamento de futebol estou envolvido em jogos épicos. Situações espetaculares. Acho que é uma coincidência. Acredito no trabalho, não numa força estranha, mas o Heitor é meu amigo e acha que é uma questão de aura. Por ser um cara muito apaixonado pelo clube eu passaria essa paixão para os atletas na maneira de falar. Quando peço a palavra faço os meus discursos muito inflamados como no tribunal. No fim de 2013 novamente me chamaram para ajudar e junto com o Marcão o Fluminense venceu dois jogos e empatou um depois que entramos. Costumo estar mais presente nos momentos de dificuldade. Quando tudo está dando certo gosto de estar na arquibancada torcendo com minha família. Sou torcedor do Fluminense, mas quando está dando errado, o Fluminense passa por dificuldades, aceito o convite na hora. É minha maior paixão imaterial.