Você esperava uma recepção tão boa?
Do Renato, eu esperava. Ele sempre mostrou carinho por mim, dizia que queria trabalhar comigo. Em relação à torcida, fiquei surpreso. Acho que todas as torcidas, não apenas a do Fluminense, tiveram carinho por mim, depois do que fiz pelo Goiás. Sou um cara humilde, sofredor, muitos sabem como é. Minha vida nunca foi fácil. O torcedor também gosta da resposta em campo. Antes de entrar contra o Flamengo, meu coração estava acelerado, o torcedor gritando meu nome. Queria também agradecer ao grupo do Fluminense. Agradeço a todos que me abraçaram.
O Fluminense é o maior desafio da carreira?
Sem dúvida, até para calar a boca de muita gente. Farei isso dentro de campo. Eu sei que tenho qualidades para estar aqui. Não importa o que falam. O mais importante é agradar meu treinador, agradar meu grupo.
Você está mais maduro em relação aos tempos de Internacional?
Eu amadureci. Quando estava lá, com 18 anos, tinha vezes que via a lista de relacionados para o jogo e pensava: “Putz, meu nome está na lista’’. Não queria ir para o jogo para sair à noite no sábado. Desde que voltei do Porto, meu foco é outro. Com uma filha, as coisas mudam muito. Minha esposa e eu sofremos muito para ter esse filho. A Catarina Vitória nasceu com seis meses, 700g. Os doutores não acreditavam nela, foi um milagre.
Incomoda quando dizem que você poderia ir mais longe se tivesse uma forma melhor?
Com isso, não fico chateado. Antes eu era aquele jogador do Internacional, problemático, hoje é completamente diferente, todo mundo me conhece, pelo trabalho que eu fiz, do meu jeito. Fico chateado quando dizem que o Walter é isso, o Walter é aquilo. Muitas coisas me chateiam. Uma palavra dói mais do que uma porrada. Tem coisas que escuto, se é com outra pessoa, ela se abala. Faz dois, três anos que estou escutando tudo. Teve gente que disse que eu jogaria apenas mais dois anos e depois teria de parar. Isso é loucura.
Como está sendo a dieta no Fluminense?
O trabalho está bom demais. Estou focado, esse ano vai ser o meu ano. Vou dar o meu máximo até o fim do ano. Se não der certo, paciência. Mas aqui eu tenho tudo para dar certo.
Está difícil conciliar a dieta com os treinos?
Sim, você tem de se acostumar. Até porque, se como muito pouco e a carga de trabalho é alta, posso cair no campo, posso desmaiar. Tem que controlar isso. Não adianta comer um pouquinho, chegar no campo e passar mal. Estamos conseguindo controlar isso direitinho, estou me sentindo bem.
Que comida está fazendo mais falta?
Vou falar, não estou sentindo falta de nada. Bolacha, se é outro, joga tudo fora. Eu não, minha filha come, está lá em casa, eu olho e não me dá vontade de comer. Se eu falar que estou comendo salada, estou mentindo. Como massa depois do treino e arroz com feijão à noite. No dia seguinte, inverto. Um dia é frango, no outro dia, peixe. Suco de limão, de abacaxi, de morango, de vez em quando, de laranja. A comida continua a mesma, só diminuí a quantidade.
O que você não pode comer?
Tem que ter controle. Em vez de colocar cinco colheres de arroz, põe duas. Em vez de quatro “pegadas’’ de macarrão, põe duas. Tirei o refrigerante, tirei as porcarias que comia à noite. O hambúrguer, o cachorro quente, essas coisas. Hoje, janto às oito e meia e antes de dormir, como uma barra de cereal e bebo água. No Goiás, tentava fazer isso, mas não dormia. Aqui, de três em três horas, estou comendo, durmo bem. Estou feliz.
E qual é a meta de peso?
Estou deixando me levar. Todo dia me peso, a comissão tem a meta deles para mim e vamos fazer de tudo para alcançar. Eu estou trabalhando para chegar à melhor forma possível. Estou muito determinado esse ano. Quero ganhar títulos aqui.
No futuro, onde você se vê?
Meu futuro é aqui. Minha intenção é ficar no clube por muito tempo. Vou trabalhar para que o Fluminense me compre. Não é difícil, depende apenas de mim.
Você sonha em jogar pela seleção brasileira algum dia?
Com certeza. Se não for agora, pode ser depois. Sou novo, tenho 24 anos. A visibilidade aqui é grande. É trabalhar e esperar.
Gosta de estar sendo chamado de Waltinho?
Só quem me chama assim é minha mãe e o professor Renato (risos). É um carinho muito grande, vou fazer de tudo para nos abraçarmos muitas vezes, farei muitos gols para comemorarmos juntos. Ele está sendo como um pai para mim, com certeza. Na hora de cobrar, ele cobra, mas na hora de estar junto, ele é do caramba. O elenco todo está com ele.