Na noite desta última sexta-feira, o diretor de futebol do Fluminense, Paulo Angioni, participou de uma live no YouTube e concedeu entrevista ao jornalista Jorge Nicola, no Canal do Nicola. O dirigente tratou sobre vários assuntos, como venda de joias de Xerém, situação de Odair, perda da final do Carioca, contratação de reforços e projeção para o Campeonato Brasileiro. Confira as principais declarações de Angioni:
Sobre a possibilidade da venda de Marcos Paulo
– Ele (Marcos Paulo) é um jogador muito desejado pelo mercado europeu, mas por enquanto fica. Não tem nada de concreto para a saída dele não. A gente não tem nada conclusivo que possa garantir que ele vai sair agora. Ele é um atleta muito valioso para nós, por isso é difícil precisar um valor (para abrir negociação). Aí vai muito de sentar à mesa e iniciar uma discussão.
Sobre as poucas chances a Miguel nas finais do Carioca
– É um processo de lapidação, apesar de que o Miguel tem um diferencial muito grande, porque trata-se de um grande talento. Ele teve um crescimento grande. A vida dele para o futebol profissional foi muito discutida por nós em um primeiro momento, porque ele era muito menino, mas ele soube crescer. Hoje ele já é uma pessoa bem madura, bem adulta, melhorou muito no comportamento e no dia a dia de trabalho. É um menino muito humilde, sabe da necessidade de continuar aprendendo. Ele vai ter mais oportunidades, e quando tiver vai ser difícil sair do time, porque ele está muito mais bem preparado do que antes.
Críticas a Odair Hellmann por utilizar pouco a base
– O Flu tem uma chancela, que é a chancela de Xerém, uma das melhores bases do Brasil, se não a melhor. O Flu talvez seja hoje um dos clubes que mais revela jogadores para o mundo, tem uma história gloriosa de formação. E com relação ao Odair, uma das coisas que mais o agrada é corrigir. Ele cresceu trabalhando na base do Inter e gosta de trabalhar com jovens sim. Pra se ter uma ideia, no momento, ele está trabalhando com 38 atletas no elenco profissional, sendo que destes 17 são da base, quase 50% de atletas da base no profissional. Então não procede essa crítica. Eu discordo dela.
Equilíbrio na decisão do Estadual contra o Flamengo
– No futebol, o favoritismo antes do jogo existe, mas quando começa o jogo inicia, nem sempre esse favoritismo predomina. Quantas vezes as pessoas já se equivocaram no transcurso de um campeonato? Quando eu digo que não me surpreendi é porque eu sei do trabalho que é feito no Flu, não só dos jogadores e comissão técnica, mas da presidência e diretoria. Tinha muita certeza que a gente ia se mostrar uma forma diferente. O Flu não teve uma boa performance contra o Volta Redonda, não teve um bom jogo contra o Macaé e as pessoas acreditava que o clube teria um resultado catastrófico contra o Flamengo. Mas a gente sabia do nosso potencial e não foi nenhuma surpresa.
Saída do técnico Jorge Jesus no rival
– Eu acredito que trás um prejuízo num primeiro momento para o Flamengo, já que foi um profissional que ganhou praticamente tudo o que competiu. Ele trouxe algumas boas experiências para o futebol brasileiro, no próprio comportamento da equipe, na forma de jogar, apesar do Flamengo ter grandes jogadores. Conseguiu administrar bem, mostrou que é um bom gestor de ambiente, porque não é fácil administrar 19 ou 20 jogadores do mesmo nível. E ele conseguiu fazer isso. Que ele seja feliz no lugar que ele for. Ele tinha uma boa equipe, conseguiu administrar bem, ganhou as competições que disputou, por isso que ele tem um credenciamento alto. Mas eu acredito muito nos profissionais do futebol brasileiro, vejo uma juventude chegando com muita competência, uma delas é o Odair, que está no Flu. É um profissional jovem com dedicação e conhecimento. O Jesus passou a ser uma referência por conta das conquistas, o que é muito comum. O melhor é aquele que ganha, mas nem sempre quem ganha é o melhor. Por acaso ele ganhou muitas competições. Ele deixa um grande legado no futebol brasileiro.
Confiança em boa campanha do Flu no Brasileirão
– Eu tenho muita crença que sim. Pelo que vejo, a maturidade, esse processo que o Fluminense conseguiu de desmistificar o mito. Mostramos nesses três jogos contra o Flamengo a nossa capacidade. Vimos que no terceiro jogo o Fluminense não teve a mesma performance dos dois anteriores por causa daquilo que se reclamou muito, a falta de treinamento. Uma necessidade de jogar jogos seguidos. O Flu não teve a mesma reação no segundo tempo em função de um cansaço físico e, automaticamente, mental, que comanda o corpo. Eu não tenho dúvida (que o Flu ficará entre os dez primeiros). Eu ouço dos jogadores dentro do clube, amadurecidos, que falam, que, com certeza, chegaremos no patamar de cima. Há uma expectativa muito grande que o Fluminense terá uma posição muito grande nesse Brasileiro e brigará na parte de cima da tabela.
Possibilidade de mais reforços para a temporada
– Não, por enquanto não (reforços). Mas nós vamos ter necessidade de conversar um pouco e olhar para trás. Como falei que a MP merece discussão, o futebol carece de discussão. Estamos sempre discutindo, o presidente, neste caso, é extremamente ativo nessas ações. Vamos discutir. Temos que olhar um pouco para o que aconteceu. Jogadores e comissão técnica estão liberados até segunda-feira para um descanso mental e quando retomarmos vamos conversar. Tudo o que for necessário para melhorar essa possibilidade que é muito grande de brigar na tabela da parte de cima, o que pudermos agregar para a comissão técnica ter conforto para conseguir os objetivos, faremos. O presidente é muito ativo e tenaz e ajuda muito nesse processo, nesse desejo maior dele de conseguir alcançar objetivos bem grandes para o Fluminense.
MP dos direitos de transmissão
– Eu estou muito alinhado com a direção principal do clube, através do presidente Mário Bittencourt. E falta discutir. O Fluminense quer discutir um pouco mais a ação. Peço desculpas por não entrar na profundidade do assunto, porque é um tema da presidência do clube e gosto de respeitar a hierarquia do clube.
Evanilson
– Evanilson é um jogador especial. E tem uma grande vantagem, que não joga só como 9, mas joga do lado e muito bem. A gente entende que ele vai ter sempre espaço na equipe, e o representante dele tem conhecimento disso, sabe que ele joga também do lado do campo. O que aconteceu foi que houve uma demora para a renovação. Ele está no Flu hoje graças a tenacidade do Mário. Ele foi atrás, buscou e conseguiu manter o jogador com um percentual, se não o Flu poderia ter perdido ele.
Chance de contratar outro volante para o lugar de Henrique e elogios a André
– Hoje temos uma quantidade de jogadores jovens que suprem nossas necessidades, mas é óbvio que estamos sempre abertos a discussão. Se tiver necessidade de fazer reposição, vamos analisar isso com cuidado. Mas, por exemplo, saiu o Henrique por uma questão pessoal e começaram a especular que o Flu vai contratar outro volante. Não se pensou nisso, até porque temos um menino jovem, promissor e robusto, chamado André, que sustenta a saída do Henrique.
Recado para os torcedores tricolores
– Acreditem, acreditem muito. O trabalho sendo feito no Flu é de muita entrega, dedicação, esforço, porque só assim a gente vai conseguir chegar onde a gente quer. Eu acredito que esse ano possa ser bem venturoso para o Fluminense em relação ao Brasileirão. Os dois últimos foram sofridos, mas esse ano acredito que podemos fazer um trabalho bem especial e que ficará marcado na história do Flu.