O Fluminense ficou no empate em 2 a 2, fora de casa, diante do Bragantino, fora de casa, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro. Depois do jogo, o técnico Roger Machado concedeu entrevista coletiva, onde falou sobre a atuação de seus comandados.
Confira a entrevista coletiva na íntegra:
Gosto de vitória
– Esse sem dúvida nenhuma teve gosto de vitória pelas circunstâncias. Frisei aos atletas depois do jogo que não ia falar dos erros que comentemos naquele momento, que ia exaltar apenas o poder de reação e entrega que tivemos no jogo. Nos proporcionou esse empate com gosto de vitória. Um ponto importante, na melhor de três contra o Bragantino.
Papo no intervalo
– Basicamente foi a gente entender a característica que o jogo está pedindo. Já tinha mostra dos outros dois jogos com o adversário que o gatilho da pressão deles é quando a gente volta a bola para o nosso campo. Os erros que cometemos na saída d ebola e proporcionaram os dois gols foram justamente dessa forma. Então foi um pouco da minha parte, de esclarecimento, porque a gente precisava entender o que jogo está pedindo. Não é que eu não possa retornar essa bola para o meu campo, mas que a próxima ação tenha uma busca de profundidade às costas do adversário, que jogava com seis jogadores encaixando individualmente a marcação e subia a linha quase no meio de campo. Muitas vezes no futebol se diz que os espaços no campo diminuíram, mas não, eles só mudaram de lugar. Se não tem perto da bola tem nas costas da linha, isso que precisavam entender.
– Sabia que se fizéssemos um gol, entraria na partida como entramos. Com as substituições, correndo um risco de deixar o time mais aberto, colocando o Raul (Bobadilla) que tem por característica a busca pela profundidade, a gente empurrou um pouco o Bragantino para trás. E conseguimos oportunidade que culminaram no nosso segundo gol de pênalti. Então foi entender o que o jogo pede. Fora de campo a gente monta a estratégia, mas dentro de campo os jogadores têm que fazer a leitura o mais rápido possível. Algumas coisas no futebol brasileiro que eu me sinto contrariado é querer inverter a lógica do jogo: a gente quer manter a posse com nosso goleiro e zagueiros, tem que manter a posse no campo adversário, onde você está mais perto do gol.
Ganso e substituições
– O Paulo é um articulador, porém tinha hoje no campo o Luiz, que por característica não é jogador que puxa profundidade, ele joga com corpo do adversário. O Caio busca essa profundidade, e o Abel é mais centralizado, joga entre os zagueiros. Enquanto quando a gente pegava essa bola e municiava o Caio, como estávamos recompondo com nossos dois pontas, demorava que a gente tivesse opção de primeira profundidade vinda do centro do campo.
– A opção por tirar o Paulo e adiantar o Yago, que tem fluidez naquela zona do campo como meia que já foi, a gente tinha ao pegar a bola o Raul puxando por um lado, depois o Kayky pelo outro, que tem bom um contra um. E com a substituição pelo Nenê foi para definitivamente tentar o empate, como conseguiu. Então a busca por colocar os dois atacantes, imaginava que fosse perder um pouco o controle do jogo técnico, mas ganharia em velocidade nas costas da linha adversária. Foi o que aconteceu.
Samuel Xavier e Nino sentiram?
– Eles relataram alguma coisa, tanto Nino como Samuel. Vamos ver o que de mais sério pode ter acontecido. Mas foram 12 jogos. Ao longo da experiência, sei que do oitavo ao 12º jogo quarta e domingo começa os pequenos problemas se você não tomar o cuidado de oxigenar a equipe. Vamos torcer que a parada seja pequena ou que não haja necessidade de parar.
Espírito da equipe
– A marca do time já é o time de guerreiro. Isso é um pouco da minha personalidade também, que eu assumia dentro do campo. Fora eu sempre fui reservado, por vezes até tímido, mas no jogo minha personalidade era aguerrida. Gosto de ver o atleta se entregar até o final, mas isso já era construído desde o ano passado. A gente só incrementa com algumas pitadas, informações, posicionamento… Se ganha e se perde no primeiro minuto e o último minuto, nós empatamos nos acréscimos.
– Costumo dizer aos atletas que estão reivindicando oportunidade que cinco minutos é muito tempo, porque a bola sai do seu pé depois de um chute e vai para o fundo da rede em três segundos. Então cinco minutos é uma eternidade, que aproveitem quando estão em campo. No final do dia, se não aproveitou não tem reserva desse tempo, ele é desperdiçado. Aproveita os minutos em campo e não se entrega nunca, é isso que a gente quer.
Seguir poupando?
– Nós temos um dia a mais para o jogo contra o Santos. Um dia a mais é um abismo de tempo para recuperação. Pode caracterizar diferença de você estar 100% ou 90% em um jogo como esse. Você esvazia o tubo e no jogo de quinta consegue recuperar. Mas vamos ver com a fisiologia o que fazer.
Confusão no fim
– Não vi a confusão. Depois de dois jogos com o mesmo adversário, uma eliminação, vai haver uma tensão. Sempre muito difícil jogar aqui. Sei que depois do jogo os ânimos estão exaltados, saí em direção ao vestiário porque percebi que começou um bate-boca na beira do campo e não queria me envolver para não causar mais rivalidade. Até porque não somos inimigos, somos adversários. Quando acaba o jogo, acaba tudo que ficou dentro do campo.