(Foto: Reprodução Instagram)

O envolvimento do zagueiro tricolor, Vitor Mendes, é maior do que muita gente esperava no esquema de apostas, de acordo com reportagem do Extra Online. “Você já é meu”. Era assim que Bruno Lopez, apontado pelo Ministério Público de Goiás com o líder da máfia das apostas esportivas, conversava com o zagueiro Vitor Mendes, zagueiro do Fluminense, à época jogador do Juventude. Entre os mais de 40 jogadores citados nas conversas do grupo de apostadores que manipulava jogos de futebol que faz parte da Operação Penalidade máxima, Mendes se destaca pela relação de parceria que demonstra ter com o grupo de apostadores.

Desta forma, o nome do zagueiro aparece em negociações de esquemas de apostas múltiplas em três rodadas consecutivas da Série A do Brasileirão do ano passado. Mas, segundo as conversas, ele foi além: de aliciado, Mendes passou a ser aliciador do esquema, prometendo “arrumar mais dois” atletas para participar da manipulação. Segundo o processo da operação, ele foi o responsável por fazer o esquema cruzar as fronteiras do país, indicando um atleta da MLS, liga dos Estados Unidos, que também teria participado do esquema.

 
 
 

Vitor Mendes não foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás nas duas fases da operação. Os indícios contra o atleta, no entanto, podem fazer o jogador ser chamado para depor. O MP avalia novas rodadas de busca e apreensão e alguns jogadores citados devem ser o alvo de novas operações.

Segundo os diálogos que o MP teve acesso, a primeira vez que Mendes teria participado do esquema foi em 3 de setembro de 2022, quando o grupo organizou uma aposta múltipla para cinco jogadores receberem um cartão amarelo na 25ª rodada da Série A do Brasileirão: Mendes, Bryan Garcia (ex-Athletico que teve contrato rescindido); Alef Manga e Diego Porfírio (na época, os dois do Coritiba; o primeiro rescindiu com o clube e o último hoje está no Guarani); Nino Paraíba (da Ceará, atualmente sem clube após o América-MG dispensá-lo depois da revelação do esquema). Em troca de mensagens, Thiago Chambó, um dos apostadores que foi preso pelo MP-GO, contabiliza um lucro de R$ 730 mil nesta rodada, através de apostas realizadas em diversas contas. Os jogadores, incluindo Mendes, teriam aceitado participar do esquema em troca de R$ 50 mil.

O montante prometido, segundo os diálogos apontam, deixou o grupo animado, e eles partiram para a próxima rodada. Na hora de combinar os próximos jogadores para participarem do esquema, Bruno Lopez destaca as credenciais de Mendes: “Ele operou semana passada com nois (sic). Vai receber essa semana a outra parte! Resumo: ele titular e fez no primeiro tempo! (sic)”, afirma o apostador. Ele também envia as mensagens que trocou com o zagueiro. “Você tem que trazer jogador pra mim. Ganha uma comissão por fora também”, afirma Bruno, ao passo que Vitor responde: “Você tem que me quitar que aí irmão trago vários pra você”. Bruno finaliza com uma risada e afirma: “Você já é meu”.