Agenor, Muriel, Ezequiel, Nino, Ferraz, Léo Santos, Lucas Claro, Yuri, Allan, Bruno Silva, Caio Henrique, Guilherme, Ganso, Léo Artur, Nenê, Yony, Kelvin, Ewandro, Brenner, W. Nem, Mateus Gonçalves.
Em 2019 o Fluminense contratou 21 jogadores. Olhem pra cima e vejam quanto gasto desnecessário, quanto descaso com as finanças do clube. Por que isso se repete ano a ano?
Da relação acima a gente pode dizer que 8 jogadores deram algum tipo de retorno esportivo com bons jogos pelo clube em competições importantes, o que é um número até bom, considerando a realidade financeira do clube.
Muriel, Nino, Ferraz, Caio, Allan, Ganso, Yony, Yuri.
Chegou também um novo treinador em 2019 propondo um modelo de jogo, que os 8 jogadores acima, junto com Daniel que voltou pro clube, conseguiram assimilar e desenvolver tanto com o Fernando, quanto com o Marcão que teve o mérito de replicar o modelo que os jogadores estavam acostumados e treinados e conseguir os pontos necessários pra livrar o Flu de um rebaixamento que, a meu ver, seria extremamente injusto pelo nível de jogo que o time apresentou no ano.
O Fluminense passou por uma ruptura institucional no meio do ano e entrou uma nova gestão.
Uma nova gestão que já começou a governar o clube com um racha entre dois de seus principais membros.
Pelas notícias que foram veiculadas, Celso Barros queria a troca de treinador, Mário queria a manutenção.
Nessa queda de braço, claro que quem perde é o clube.
Demissão do Fernando nas vésperas de uma decisão, interrupção de um modelo escolhido com apenas 7 meses de trabalho, contratação do Oswaldo, que caiu logo depois, manutenção do Marcão.
6 meses de gestão, 3 treinadores no banco.
O quarto chega agora: Odair. E eu gostaria de estar escrevendo um texto sobre um trabalho que não fosse começar do zero porque, sinceramente, acredito que futebol é escolha do modelo, treinamento, adequação, evolução…
A cada temporada começar do zero é péssimo.
E, e isso também é o motivo pela Flupress estar sendo pouco atualizada, é tudo muito precoce.
3 jogos num trabalho que, efetivamente, começa do zero. É nada. Odair nem sabe ainda o time titular, nem ele, nem nenhum de nós.
Há pistas. Pequenas e poucas pistas.
Eu não vou discorrer sobre os erros crassos da nova gestão: Contratação de Orinho, Nenê, Lucão, Felippe Cardoso, Welington Nem, renovação com Digão por 3 anos e renovação do Pablo Dyego. Impossível tentar explicar o inexplicável.
Hoje eu quero focar no que podem ser os acertos:
Yago, Caio Paulista, Pacheco, Araújo. Apostas que parecem (parecem, o tempo vai dizer) ter sido baseadas em scout, que é o que a gente defende desde sempre.
Se a gente pegar, por exemplo os números do Yago no Brasileiro do ano passado e comparar com os do ótimo Edenilson que jogou sob o comando do Odair vai ver semelhanças.
Edenilson – 30 jogos, 5 gols, 2 passes pra gol, 27 passes pra finalização, 30 desarmes, 22 finalizações.
Yago – 31 jogos, 2 gols, 2 passes pra gol, 25 passes pra finalização, 70 desarmes, 23 finalizações.
Henrique, Hudson e Egidio são jogadores que a gente conhece. Não são contratações de scout e são, muito provavelmentec pedidos do treinador. E se são pedidos do treinador nos dão uma pista do que ele pretende.
Henrique e Hudson são jogadores de proteção e passe curto. Provavelmente jogarão na frente da área, com o Flu soltando os laterais que darão amplitude.
Os meias, com isso, devem trabalhar por dentro. Ganso, Caio Paulista, Marcos Paulo, Araújo.
O único jogador que eu não vejo, de pronto, trabalhando por dentro é o Pacheco. Esse parece jogar colado na linha lateral pra receber e ir pra cima, o que demandará ajuste na posição/função do Egídio caso ele seja titular.
De pronto não me agrada um meio com a dupla Henrique/Hudson ou com um deles e Yuri. Com Ganso, acho que vai ficar um time muito lento nas transições, por maior que seja a capacidade do Ganso de dar velocidade às jogadas. Não teremos um meio campista pé na área, problema crônico do ano passado, agravado por uma perda clara de mobilidade com as saídas de Daniel e Allan.
Yago passa a ser, portanto, a única esperança de velocidade de transição por dentro e mobilidade pra mexer, rodar a bola, nesse meio que vem sendo formado.
Os 3 primeiros jogos também dão uma pista (zero certeza) de como o Flu vai jogar. Menos posse, menos passes e marcação mais recuada.
Em alguns momentos dos primeiros jogos vimos o Fluminense deixar a bola com seu adversário e esperar em seu campo. O que refletiu na posse de bola.
No segundo tempo contra a Portuguesa tivemos 50 a 50, mesmo número do jogo contra o Bangu.
O jogo que o Flu apresentou mais percentual foi o primeiro (53,7%) contra a Cabofriense.
E aqui aparece outra mudança aparente em relação a 2019. O time do Odair troca menos passes do que os de Diniz/Marcão.
A título de exemplo o Fluminense com 53% de posse trocou menos passes do que o mesmo Fluminense no jogo contra o Palmeiras (1 a 0) aqui no Maracanã, quando teve 40% de posse.
Pista de tentativa de jogo mais direto, que poderá ser mais agudo, mas cujo risco de perda de posse também é potencializado. Talvez por isso os dois meio-campistas de contenção.
Ainda é muito cedo pra toda e qualquer conclusão.
Só não é cedo pra afirmar que treinador precisa de tempo e respaldo pra desenvolver um trabalho.
Que Odair tenha tudo isso. E boa sorte pra ele. A sorte dele será a nossa.
Tabelinha
– Sul-Americana já semana que vem. É a competição do ano. E esse ano a gente estreia muito cedo (ano passado foi 26/02), o que dificulta demais o planejamento e montagem do time pra esse jogo. Odair opta por rodar o elenco, que é outra diferença pro Diniz. Não tem certo e errado. Por um lado o entrosamento vem mais rápido e por outro você consegue observar a maior quantidade de jogadores. De qualquer forma, Odair ainda deu azar de não poder contar com Ganso, Marcos Paulo, Caio Paulista, Evanilson até agora.