Mário Bittencourt, presidente do Fluminense, tem sido uma voz atuante na Liga Futebol Forte (LFF). Em entrevista ao jornal Lance, o mandatário tricolor defendeu a adesão de mais clubes ao bloco e fez uma crítica à Libra.
Na visão do homem forte do Fluminense, não se pode aceitar um movimento para perpetuar distorções na distribuições de receitas no futebol brasileiro.
— Queremos criar uma liga, e que inclua, entre outros, os princípios que já mencionei. Por isso, sempre tentamos o diálogo com todos os clubes. E continuaremos a tentar que os 40 clubes estejam do mesmo lado. Acreditamos que vai acontecer, que o bom senso prevalecerá. Mas caso isso não seja possível, nos restará a comercialização em bloco dos direitos. O que não aceitaremos em hipótese alguma é uma liga que eternize distorções de distribuição de receitas, que destrua a chance de um Campeonato Brasileiro forte e competitivo. Esse projeto maior não pode emperrar somente porque alguns clubes se veem com direitos acima dos outros. O que vejo que está acontecendo é que os argumentos dos clubes da Libra estão sendo usados sem que haja maior discussão. Nosso grupo tem feito muitas e muitas reuniões gerais, além de reuniões dos grupos de assessoramento jurídico, comercial e outros. E várias delas presenciais, não apenas por videoconferência. O tema é muito complexo e estamos dando a ele toda a atenção do mundo. Estamos dispostos a dividir esse conhecimento que geramos com todos os clubes. Temo que, se alguns dirigentes não atentarem à profundidade do tema, vão acabar decidindo sem informação e criando problemas futuros, se se dar conta de que o que estamos propondo é uma liga se tornará um dos produtos de futebol mais atraentes do mundo – disse, prosseguindo:
— Tem alguns aspectos fundamentais na proposta, e talvez o principal seja o foco na formação de uma Liga de 40 clubes, que é a forma como a LFF enxerga a organização do futebol Brasileiro. Temos potencial para estar entre as três maiores e mais relevantes ligas de futebol do mundo. Essa é nossa visão. No entanto, a proposta tem a enorme vantagem de não travar o processo caso os clubes não cheguem a um entendimento, pois têm a garantia de uma proposta apenas para os direitos comerciais da LFF. Mas esse caminho da formação de dois blocos só será seguido se os clubes que hoje se organizam na Libra não aceitarem o modelo equilibrado – modelo que, por sinal, é consagrado no mundo, inspirado na Premier League e na La Liga. Não tem o menor sentido não estarmos juntos somente para que alguns poucos clubes se beneficiem. Os clubes que ganham mais continuarão a ganhar mais no Brasileirão do que a partir de uma divisão mais equilibrada vai gerar mais receita. E também (vão ganhar mais) com outras receitas como patrocínio e bilheteria/sócio torcedor.
Mário seguiu e afirmou ter como objetivo junto à LFF a viabilização de um Brasileirão forte. Se não houver unidade, a solução será comercialização em blocos distintos.
— Continuaremos a tentar que os 40 clubes estejam do mesmo lado. Acreditamos que vai acontecer, que o bom senso prevalecerá. Mas caso isso não seja possível, nos restará a comercialização em bloco dos direitos. O que não aceitaremos em hipótese alguma é uma liga que eternize distorções de distribuição de receitas, que destrua a chance de um Campeonato Brasileiro forte e competitivo.
Os dois blocos trabalham no intuito de assumir a organização das Séries A e B do Brasileiro a partir de 2025 (os contratos de transmissão atuais se encerram em 2024).
Fazem parte da LFF: Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário-PR, Sport, Vila Nova e Tombense.
Já os que estão com a Libra são: Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória.