(Foto: Lucas Figueiredo - CBF)

A carta foi formulada pelos clubes que participaram da reunião desta sexta. No texto em questão, mencionam o encontro, que teve como objetivo discutir a contraproposta a ser apresentada para a criação da Liga. O Fluminense não se manifestou favorável, tampouco participou da nota repudiando.

– Entre os assuntos debatidos, o mais relevante foi a divisão de receitas de forma que contribua de fato para o aprimoramento da competição, tornando menos desiguais as condições de competitividade atuais – diz o texto.

 
 
 

Os oito clubes que assinaram a criação da Libra (Corinthians, Red Bull Bragantino, Flamengo, Palmeiras, Santos e São Paulo, Ponte Preta e Cruzeiro) concordaram com uma divisão das receitas com:

  • 40% repartidos de forma igualitária,
  • 30% variável por performance
  • 30% variável por engajamento e audiência.

As 27 equipes envolvidas neste novo bloco, no entanto, apresentam uma divisão diferente. Seriam:

  • 50% repartidos de forma igualitária
  • 25% por performance
  • 25% por engajamento

Os critérios sobre o engajamento, por sua vez, ainda estão sendo discutidos – conforme mencionado na carta divulgada pelos clubes.

Além disso, os clubes também buscam garantir que a diferença entre os valores recebidos nessas variáveis não seja muito grande. A proposta do bloco é estabelecer uma máxima diferente entre o que mais ganha e o que menos ganha – de 3,5. Nos bastidores, também discute-se o pedido de 20% das receitas para a Série B do Brasileiro.

Clubes que assinaram e divulgaram a carta

CARTA: Clubes das séries A e B discutem contraproposta para criação da Liga

A maioria dos clubes de futebol integrantes das séries A e B do Campeonato Brasileiro segue em seu esforço pela criação da Liga de Clubes e, com esse objetivo, se reuniu na tarde desta sexta-feira para discutir os critérios que nortearão, em bases sustentáveis e justas, o equilíbrio de forças no futuro.

Entre os assuntos debatidos, o mais relevante foi a divisão de receitas de forma que contribua de fato para o aprimoramento da competição, tornando menos desiguais as condições de competitividade atuais.

Os termos aceitos em São Paulo por outros 6 clubes perpetuam o abismo que existe hoje, ao manterem a parte igualitária das receitas em 40%, enquanto nos campeonatos mais bem sucedidos este percentual pode chegar a 68% somando todos os direitos domésticos, internacionais e de marketing, caso da Premier League, por exemplo.

Não é aceitável que haja clubes ganhando 6 vezes mais do que outros, enquanto nas melhores Ligas do mundo essa diferença não ultrapassa 3,5 vezes.

Outro ponto a ser aprimorado é a adoção de premissas que não privilegiem pilares de difícil aferição, em especial ao que tange a engajamento. Tais critérios, na visão da maioria dos clubes que participaram da reunião, apenas perpetuam a posição de superioridade de alguns sobre outros, não dando a oportunidade de maior equilíbrio dos campeonatos.

A criação da Liga entre os 40 clubes será a oportunidade de se mudar efetivamente o futebol brasileiro e esse objetivo não pode se subordinar a interesses individuais de alguns, petrificados há décadas na superioridade de recursos. Sabemos que não seria justo buscar igualdade total de receitas, mas sim equanimidade e melhor distribuição.

O futebol brasileiro não avançará sem que haja um consenso entre os 40 clubes das séries A e B de que a justa distribuição de receitas gerará maiores oportunidades na disputa.