Cheques em xeque. A relação entre Fluminense e Valle Express degringolou de vez no início do mês de agosto, quando o clube resolveu entrar com uma ação contra a empresa de cartões de crédito, por conta do atraso nos pagamentos previsto em contrato. O montante que a patrocinadora deveria desembolsar era pouco mais de R$ 20 milhões até o término do acordo, no fim de 2019, diluído em parcelas progressivas. A partir do processo comandado pelo departamento jurídico tricolor, o NETFLU obteve informações importantes, como os cheques pré-datados utilizados para honrar as prestações. O cenário em torno deles, porém, chama a atenção por conta de divergência entre os valores assinalados e os previstos em contrato, bem como o fato de nenhum dos cheques terem sido nominais.

Cheques apresentam valores “quebrados”, ao contrário do que é descriminado em contrato
Valores dispostos nas parcelas a serem pagas pela Valle ao Fluminense aparecem “cheios” no contrato

Preenchido com uma caneta de cor diferente no campo onde geralmente fica a parte beneficiária, o nome do Fluminense aparece em alguns dos cheques. Já a diferença em relação ao contrato (5%), segundo o presidente da Valle Express, Cesar Malta, em resposta ao site número 1 da torcida tricolor, se deve ao INSS retido. Ele reforçou que esse tipo de situação é comum em transações de pagamento. Por fim, destacou que não se manifestaria mais sobre nenhum assunto relacionado ao Tricolor das Laranjeiras.

Trecho do contrato entre o Fluminense e a Valle Express que aborda a questão do recolhimento do INSS
 
 
 

O NETFLU insistiu com a assessoria de imprensa da empresa de cartões de crédito. Indagados sobre a razão de os cheques não serem nominais, isto é, não constar o nome da instituição de futebol nele, a resposta foi sucinta:

– Simplesmente porque não preencheu (o nome nos cheques). Não é uma prática comum nossa – concluiu.

Já o Fluminense, em resposta ao site número 1 da torcida tricolor, tratou com naturalidade o fato dos cheques não serem nominais. O clube ainda enfatizou que a inclusão do nome era feita depois, por seus profissionais, o que explicaria a cor diferente na caneta utilizada no documento financeiro. O Fluminense, entretanto, não abordou nada sobre a diferença entre os valores, apesar de também ter sido questionado acerca do assunto.

– Os cheques em questão foram copiados do processo movido pelo Fluminense Football Club contra a Valle Express e os valores neles expressos refletem parcelas do montante da dívida da empresa com o Clube, decorrente do não pagamento dos valores previstos em contrato. Além disso, é importante esclarecer que nenhum dos cheques entregues pela Valle Express ao Clube possuíam indicação nominal ao Fluminense, sendo sempre o Fluminense quem realizava a inclusão de seu nome no cheque na ocasião dos depósitos. Um cheque, especificamente, não possui indicação nominal porque não chegou a ser encaminhado ao banco para depósito.

Ainda a respeito da retenção do INSS, as imagens dos cheques mostram que essa situação ocorreu em alguns deles apenas, mas ambas as partes procuradas pelo NETFLU preferiram não entrar no mérito da questão. É importante frisar que o Fluminense pediu segredo de Justiça na petição contra a Valle Express. O desejo do clube, entretanto, foi indeferido. A tendência é que a causa seja ganha pelo Tricolor.