Em entrevista ao “Panorama Tricolor”, Celso Barros, vice-geral do Fluminense, não poupou críticas ao protocolo “Jogo Seguro” da CBF. Segundo o dirigente, ele é um “desastre”, basta ver o número elevado de atletas, integrantes de comissão técnica e cartolas que acabaram contaminados pelo vírus durante o Brasileirão.
– Protocolo jogo seguro da CBF é um desastre. Não tem protocolo seguro. Seguro é não aglomerar e futebol aglomera. Não tem torcida, mas é treino, jogo, jogador se abraça, beija, aperta a mão, cospe. Chegaram a falar que não poderia cuspir no gramado, mas isso não existe, o cara tem saliva. Não houve protocolo nenhum. Outro dia até fiz um post falando que queria ver a CBF dizer quantos foram contaminados. Jogadores, membros de comissões técnicas, dirigentes. E fica assim mesmo. Eu acreditava nesse processo, tem dificuldade de patrocínio. Patrocínio hoje, nos moldes da Unimed, Crefisa, isso praticamente inexiste. Você vê até falarem que a Rede Globo tem dificuldades. Estive em Brasília, Espírito Santo, Petrópolis. Quem banca a paixão é o torcedor. O projeto de sócio futebol é fantástico. Mas o torcedor tem de saber que seus 25, 30 reais, vão pro futebol. Tem que ter transparência. Tem que chegar pro cidadão e dizer: “meu amigo, não vai ter vitória todo dia, título não vem tão fácil”. Palmeiras, Grêmio, Inter, Bahia têm uma população grande de sócios-torcedores. Se um clube como o Fluminense tivesse 100 mil sócios a 30 reais, seriam uns 3 milhões mês, 36 milhões ano. Difícil arrumar um patrocínio hoje desses hoje com uma cervejaria, algo assim. Ninguém entra nisso assim. Não entra num clube que tem problema do presidente com o vice-presidente. O sócio-futebol aumentou um pouquinho, aí ficam daquele jeito, mentem muito pro torcedor. Aí o sócio vai caindo. E falam que sobe um pouco se for pra Libertadores – disse.
No Fluminense, a Covid-19 já atingiu praticamente todo o elenco e até o presidente Mário Bittencourt. O nome da vez agora é o treinador Marcão, que segue cumprindo isolamento e está sendo substituído por Ailton Ferraz no comando técnico.