Depois da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) e Flamengo ensaiarem uma pressão para a final do Campeonato Carioca contra o Fluminense ser realizada com público, a CBF faz planos para um retorno gradual dos espectadores a partir de setembro. Por outro lado, a ciência é categórica ao afirmar que o Brasil está longe de propiciar tal volta no momento.
— Hoje não tem viabilidade para o país voltar com público. Estamos vivendo um filme da pandemia e a foto de hoje não nos é favorável — disse o médico Jorge Pagura, presidente da Comissão de Médicos da CBF.
Num futuro próximo, dependendo de algumas variáveis, a CBF pretende implementar o retorno do público em competições nacionais. A comissão médica faz reuniões semanais para esboçar protocolos. A situação da pandemia de coronavírus no país, índices de vacinação e quem terá a permissão para ingressar nos estádios (testagem ou passaportes de imunidade por vacina) são fatores colocados à mesa.
— Acreditamos que depois de agosto podemos ter essa experiência se os critérios estabelecidos estiverem nos índices previstos — afirma Pagura, destacando que a reabertura deve ser feita com isonomia e sem prejuízos. — Não é justo ter um jogo liberado em uma cidade e em outra não. E é preciso calcular se vale a pena abrir o estádio para um número pequeno de torcedores. Tudo isso tem de ser levado em consideração quando houver o retorno.
Alberto Chebabo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, afirma categoricamente que ainda não se tem condições sequer de pensar na reabertura de portões.
— É fora de propósito considerar o retorno agora. Não há o menor sentido no momento epidemiológico que vivemos. No Rio, em fevereiro a situação era boa, estava com o índices baixos e depois estourou. Não dá para prever que essa baixa vai se manter e não virá outra onda. Isso só acontece em países com controle muito rígido da circulação ou por meio da vacinação acelerada — explica, emendando:
— Isso é algo para daqui a dois, três meses, conseguindo conter a pandemia e acelerando a vacinação. E é necessário antes fazer eventos testes programados com critérios para avaliar.