Em março, a International Board (IFAB, órgão que rege as leis do futebol) aprovou os testes do árbitro de vídeo e, na semana passada, houve mais uma bateria em Zurique, na Suíça. Representantes da Fifa, da IFAB e 11 países que já manifestaram o interesse de implementar a tecnologia acompanharam. Foram eles Brasil, Austrália, Bélgica, França, Alemanha, Itália, México, Holanda, Portugal, Qatar e Estados Unidos. Foi o terceiro workshop a respeito do tema.
Diretor-técnico da Escola Nacional de Arbitragem (Enaf) e autor do projeto brasileiro, Manoel Serapião Filho foi o representante brasileiro a acompanhar os testes. A CBF tem a intenção de usar a tecnologia já no Brasileiro de 2017. No teste foram discutidos procedimentos de implementação e configurações de tecnologia do projeto, assim como a instalação dos equipamentos nos estádios.
A CBF defende que o árbitro de vídeo (profissional responsável por analisar os lances com replays) fique em uma cabine no estádio e com acesso às imagens. Ele se comunicará com o juiz principal em quatro situações fundamentais: erros claros nos casos de gol, pênalti, cartão vermelho e identificação de jogadores.
– Nós entendemos que os lances de interpretação não deveriam fazer parte do protocolo, pois o jogo teria que parar para o próprio árbitro principal examinar as imagens. É algo usado em outros esportes, mas acreditamos que não seja o método mais adequado para a cultura do futebol – afirmou Manoel Serapião, ao site oficial da CBF.
No Brasil, a CBF já realizou testes offline (sem comunicação com o árbitro de campo) na final do Carioca deste ano e poderá fazer novos em jogos amadores (torneios femininos e de base).
Sérgio Corrêa, ex-presidente da Comissão Nacional de Arbitragem e atual coordenador da implementação do árbitro de vídeo, quer a novidade até agosto de 2017. Tal uso, no entanto, precisa da aprovação da IFAB. O órgão internacional supervisionará cada novo teste. A decisão sobre a introdução definitiva do árbitro de vídeo nas regras do futebol pode ser tomada até 2019.