Morto na última terça-feira, Carlos Alberto Torres, em entrevista à Rádio Tupi no ano de 2003, lembrou de suas origens. Nascido em São Cristóvão, mas criado na Vila da Penha, ele recordar dos tempos vividos no bairro da Zona Norte carioca.
– Olha, eu sou da Vila da Penha. Nasci em São Cristóvão, porém fomos morar na Vila da Penha. Eu tinha cinco anos apenas. Meu pai era mecânico da prefeitura e numa daquelas oportunidades que o poder público oferece aos funcionários de adquirir um imóvel próprio, ele adquiriu uma casa na Vila da Penha. Não tinha nada lá, era muito barro nas ruas. Fui criado ali. Fazíamos dos terrenos baldios que ainda tinham na época nossos campinhos para jogar bola. A partir dali fui crescendo, evoluindo, o pessoal gostando. Era uma época que as famílias não tinham aquela coisa de “meu filho vai ser jogador”, porque futebol não tinha dinheiro, né? Meu pai, minha mãe falavam que futebol não dava camisa a ninguém. E era verdade. Os salários eram muito baixos, jogavam muito mais por prazer do que por dinheiro. Quando tinha 14 para 15 anos as pessoas começaram a me incentivar para ir num clube. Foi quando Roberto Alvarenga, tricolor, amigo de infância da Vila da Penha, me incentivou. Fui primeiro no Bonsucesso, até pela proximidade com a Vila da Penha. Mas não fui aprovado, acho que não gostaram. Tinha um irmão, Zé Luiz, zagueiro central do Fluminense, muito bom, por sinal, que as pessoas acharam que ele seria o substituto do Pinheiro. E eu joguei com ele no juvenil do Fluminense. Infelizmente ele teve um acidente, falece. Os tricolores daquela época falavam que ele faria uma bonita campanha como jogador do Fluminense – relembrou.