Um dos candidatos de oposição para a eleição do Fluminense, Rafael Rolim concedeu entrevista ao site ge e falou o que entende como modernização do departamento do futebol. Em sua análise, o perfil de contratações atual tricolor age de maneira errada. Vende jovens ativos do clube e contrata, em sua maioria, jogadores veteranos.
– Faço questão de destacar em todas as entrevistas que eu não sou contra uma reformulação total do departamento de futebol. Eu acho que a gente tem que se ter a grandeza de reconhecer o que deu certo e corrigir o que deu errado. De fato, algumas coisas deram certo nos últimos três anos, mas muitas coisas deram errado. E a gente tem que saber ponderar e chegar a um consenso do que pretende para o futebol. Quando eu falo modernizar, tem que mudar o perfil de contratações. O Fluminense hoje se baseia num perfil com o qual eu não concordo, no meu modelo de clube de futebol. Você não pode ter contratações que não gerem ativos para o clube. O torcedor hoje que está na arquibancada sabe muito bem o que acontece, ele sabe que teve que vender Luiz Henrique e Matheus Martins para pagar folha de pagamento – analisou, continuando:
– Esses garotos não conseguiram render dentro de campo dando grandes títulos, mas também não renderam dinheiro ao ponto da gente criar um ativo para o clube. Porque se você vende um jogador como o Luiz Henrique, que é uma joia, e consegue com aquilo reformular o CT, modernizar o CT de Xerém, faz parte do jogo. Faz parte do mercado brasileiro a venda de jogadores. O que não pode é ter o perfil de contratações que simplesmente ao final não geram nenhum tipo de ativo. É isso que eu pretendo modernizar, mudar um pouco esse esquema. Não estou dizendo que um time não tem que ter jogadores experientes. É fundamental que tenha, mas não pode ter só esse perfil, tem que saber mesclar. E principalmente focar em contratações que possam gerar ativos.
Uma exceção é Jhon Arias. Mas Rafael Rolim destaca o fato do meia-atacante colombiano não ter sido uma descoberta através de trabalho firme do scout. Ele atribui a chegada ao “acaso”, uma vez que o jogador chamou atenção ao enfrentar justamente o Fluminense na Libertadores de 2021 pelo Independiente Santa Fe.
– Tem um exemplo recente que é do próprio Jhon Arias. Foi um jogador descoberto não pelo scout, foi porque o Fluminense jogou contra o time. Costumo brincar que eu assistindo o jogo me chamou muita atenção, é impressionante esse jogador, num jogo ele jogou aberto pela esquerda, no outro jogou pelo meio. Chamou a atenção de todos os torcedores e do Fluminense também. Ou seja, com um pouquinho de boa vontade, de autonomia do departamento de futebol, a gente consegue buscar boas opções, fazer com que esses jogadores possam performar dentro de campo, gerar títulos e no futuro se for o caso, com boas propostas, vender. Para quê? Para que o Fluminense possa fazer dinheiro. O futebol é um esporte, é um negócio. Ou a gente entende como negócio ou fica para trás – falou.
O NETLU entrevistará o candidato Rafael Rolim ao vivo nesta sexta-feira, às 20h.