A diretoria do Fluminense anunciou Airton como o terceiro reforço do time para esta temporada. A contratação, no geral, foi bem recebida pelos torcedores, que enxergaram no volante um jogador diferente nas duas últimas temporada, em relação à fama que tinha de violento. O site Vavel destrinchou os números de Airton e avaliou seus pontos fortes e fracos. Veja:

Ganho defensivo

 
 
 

Pelo Botafogo, iniciou sua evolução no Brasileirão 2016, onde esteve em campo durante 213 minutos. Com ele, o alvinegro não foi vazado. No Carioca, foram apenas cinco gols sofridos nos dez jogos em que esteve presente. Na média, apenas um gol sofrido a cada três jogos.

Em 2017, foi destaque na Libertadores. Já ambientado totalmente com o Botafogo, Airton não era apenas um exemplo de superioridade defensiva, sendo também um bom criador de jogadas, por conta de um bom passe, e também por finalizações à média distância – como pode ser notado no gol marcado por ele na partida de ida contra o Colo-Colo, no Estádio Nilton Santos, na primeira eliminatória da Pré-Libertadores.

Opção para a linha de três zagueiros

Airton carrega uma qualidade que é bem vista por Abel Braga: polivalência. Em um elenco curto como o do Fluminense, fazer duas funções é ideal. E o novo esquema de três zagueiros testado pelo treinador pode dar novas funções para o jogador. Volante de origem, também atuou como zagueiro em sua passagem pelo Flamengo, o que pode ajudar na briga pela titularidade.

Na Florida Cup, o esquema do Fluminense variou entre 3-5-2 e 4-1-4-1. Na ocasião, Ibañez vez duas funções diferentes: na primeira, atuou como terceiro zagueiro, caindo pela esquerda; na segunda, foi um primeiro volante, responsável pela saída de bola. Airton atuou como líbero em determinados momentos no Flamengo, também com três zagueiros. No Botafogo, atuou como primeiro e segundo volante em determinadas ocasiões.

“Parou de bater”

Por conta de sua passagem no Flamengo, Airton ficou conhecido como um volante violento, que tinha o carrinho ou uma chegada exagerada como principais qualidades. O grande exemplo disso foi que, em 2014, ele foi escolhido como o segundo jogador mais violento do país, atrás de Williams por um número mínimo.

Na sua chegada ao Botafogo, o atleta carregou esse “fantasma” durante um tempo, já que foi expulso em muitas partidas no seu primeiro ano com a camisa do Alvinegro, que culminou com o rebaixamento do Glorioso, o que representava poucas atuações e uma moral baixa com os treinadores da equipe naquela época.

Em 2015, fez parte do elenco campeão da segunda divisão, mas, por conta de algumas divergências contratuais, acabou não sendo um dos destaques da campanha. A reviravolta em sua carreira ocorreria, de fato, em 2016, com a presença de Ricardo Gomes, que acreditou no seu potencial e lhe deu mais chances com a camisa do Botafogo.

Com o tempo, Airton deixou de ser um volante que era lembrado nas partidas por ter dado um carrinho perigoso, e sim como o jogador responsável pela saída de bola, ocupação praticamente perfeita de espaços e um grande apoio defensivo. O volante se tornaria uma das chaves de um Botafogo que era marcado por uma sólida defesa, e que sentia sua falta quando estava longe dos gramados, já que esse desempenho caía sem sua presença.

Problemas com lesões

O grande problema de Airton são as lesões. Em 2016, Airton se tornou um dos pilares de sustentação de um Botafogo que faria uma grande campanha de recuperação, saindo da zona de rebaixamento e se classificando para a fase preliminar da Taça Libertadores. Apesar disso, o volante poderia ter sido muito mais lembrado se não perdesse tantos jogos por conta de uma lesão na coxa esquerda, que ocorreu na partida contra o Flamengo, na 5ª rodada da Taça Guanabara daquele ano, e o incomodou pelo resto da temporada.

A lesão tirou Airton do Carioca, mas a previsão de um mês para retornar aos gramados não se concretizou. Ele voltou a sentir a lesão e passou por cirurgia no local no dia 15 de maio. Já em 2017, sofreu uma fratura na fíbula do pé em uma dividida com Willian Arão, no clássico pelo Campeonato Carioca. O jogador não teve seu contrato renovado após a lesão e deixou o Botafogo.