Depois da segunda derrota da Portuguesa no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o clube paulista, que perdeu quatro pontos pela escalação irregular de Héverton na última rodada, está rebaixado para a Segunda Divisão do Brasileiro. Agora, não há mais onde recorrer na esfera esportiva, mas torcedores e a própria Lusa podem ir à Justiça Comum. Tal possibilidade não preocupa Mário Bittencourt. O advogado do Fluminense, inclusive, prefere nem comentar isso.
Bittencourt lembra que o Tricolor sempre deixou claro que sua luta seria apenas dentro das possibilidades esportivas.
– O Fluminense sempre deixou claro que ia batalhar juridicamente nas esferas desportivas por seus direitos. A decisão cabe à Portuguesa. Todos sabem que a Fifa repreende essa atitude, inclusive por terceiros. O Fluminense cumpriu seu dever e não vai falar sobre o que a Portuguesa vai fazer. Essa discussão, aliás, é interessante. Ninguém se preocupa quando um jogador pega quatro jogos de suspensão como aconteceu com o Fred. Não há nenhum clamor popular para que algum torcedor entre na Justiça Comum para escalar o Fred. É um ídolo, um artista do espetáculo. Por que não é assim? Porque a justiça desportiva é autônoma. Os clubes assinaram um regulamento sabendo disso e os clubes assinaram um regulamento sabendo disso. Imagine você se decisões, ações de torcedores, pudessem escalar jogadores. Todos sofreriam. Será que vai ter uma liminar do torcedor que ficou chateado com a suspensão do Fred? É assim que funciona. Essa decisão prestigia dez anos de cumprimento de decisões dessa casa que fizeram com que os jogos parassem de ser decididos na Justiça Comum. Ninguém veio protestar pelo Goytacaz, que perdeu seis pontos em 2013 e deixou de subir para a Série A do Campeonato Carioca. O Goytacaz, de forma unânime, perdeu os pontos. Mas é o Goytacaz…As pessoas têm de colocar a mão na consciência agora e saber que o que aconteceu aqui acontece toda semana. Tentaram transformar isso em um caso sui generis da justiça. Com todo respeito, acontece todo dia – disse.