O Fluminense divulgou seu balanço contábil no ano de 2016. O clube encerrou o último ano com superávit de R$ 8,3 milhões, mas um aumento exponencial de 48% nos gastos com o futebol.
Na última temporada, o Fluminense registrou R$ 271, 9 milhões em receitas e R$ 263,5 milhões em despesas. Mas só conseguiu pagar esta conta porque recebeu R$ 80 milhões em luvas (bonificação) pela assinatura do novo contrato de tv do Campeonato Brasileiro. Não fosse isso, o clube teria registrado um prejuízo de R$ 72 milhões.
Para este ano não há previsão de entrada de nenhum recurso deste volume. E, para piorar, o Fluminense ainda não conta com um contrato de patrocínio master, que ocupa a frente da camisa e é uma das receitas mais importantes.
A falta de um patrocinador principal é um problema que já dura há quase 14 meses no clube e foi sentido no balanço do ano passado. A receita com publicidade, que em 2015 foi de R$ 27,5 milhões, despencou para R$ 15,6 milhões —uma queda de 43%.
Outra receita que caiu significativamente foi a da bilheteria. Sem o Maracanã durante a maior parte de 2016 e com resultados em campo que não atraíram o torcedor, o Fluminense arrecadou apenas R$ 11,3 milhões nos jogos. O número representa uma diminuição de 28% em relação aos R$ 15,7 milhões arrecadados no ano anterior.
Ao contrário das receitas, os custos não têm previsão de sofrer uma queda significativa. Isso porque o futebol, que em 2015 custava R$ 121,9 milhões, disparou para R$ 181 milhões — aumento de 48,4% se comparado com a última temporada e de incríveis 143% em relação aos R$ 74,6 milhões gastos em 2014.
Em carta publicada junto ao balanço, o presidente Pedro Abad explica que “o incremento nos gastos com futebol pode ser explicado principalmente por gatilhos nos contratos dos jogadores profissionais que foram firmados em 2014 e 2015, percentual devido aos intermediários na cessão de jogadores, novos contratos para a temporada de 2016, mudança da comissão técnica e o investimento realizado no CT da Barra”. Para a construção do Centro de Treinamento, aliás, o clube informa que foram gastos R$ 28 milhões.
A diretoria atual já enxugou R$ 15 milhões desde que assumiu. Mas ainda é pouco para evitar o prejuízo em 2017. A votação das contas de 2016 está marcada para o próximo dia 25 de maio, após a entrega do parecer do Conselho Fiscal.