Até 2011, Cristóvão Borges era auxiliar permanente da comissão técnica de Ricardo Gomes. Ali estava confortável e nem passava pela cabeça se tornar treinador. A concepção, na cabeça do atual comandante do Fluminense, era diferente da que tem hoje. Ele explica porque resolveu mudar de função.
– Foram sete anos trabalhando com o Ricardo Gomes como auxiliar. Nesse período vi muitos companheiros meus, ex-jogadores, contemporâneos, que são treinadores. A minha observação desses meus amigos, vendo a trajetória deles, o processo de envelhecimento e a perda de qualidade de vida deles, eu me dava como muito satisfeito como auxiliar, pois prezo muito a qualidade de vida e eu vivia muito bem. Continuo vivendo. Sabia que um dia eu teria que assumir, era natural, mas não tinha a menor pressa por conta disso. Achava a vida do treinador injusta, uma carga de cobrança quase que anormal. E eu falava que não queria isso para mim. Via os caras envelhecerem rápido. Ganha dinheiro, mas isso não era meu problema. Não sou rico, mas tenho uma vida satisfatória. Mas aí, acontecendo aquilo (AVC de Ricardo Gomes), daquele jeito, eu recebi como uma missão, da maneira que foi. Conversando com os jogadores, vi aquilo como uma missão e nos empenhamos muito. Foi um período enriquecedor e dali eu peguei gosto – revelou.