Por conta dos salários atrasados, Paulo Autuori quase deixou o Fluminense. O diretor esportivo de futebol levou a palavra da direção aos jogadores que seriam regularizados. Por questão de palavra e conduta, entregaria o cargo ao presidente Pedro Abad caso a promessa não fosse cumprida.
– Eu coloquei essa questão para o presidente Abad. Disse “aconteceu isso e gostaria que não acontecesse de novo”. Porque se acontecesse de novo eu tomaria a mesma decisão – ou seja, vou cumprir com minha palavra. Foi o que fiz no Atlético-PR. Eu falei que não voltaria a ser técnico lá. Talvez seria aceitável dizer sim ao convite na época, voltar a ser treinador e estar em um clube que oferece condições extraordinárias de trabalho. Mas para cumprir aquilo que eu tinha dito a mim mesmo, não voltei a ser técnico. Cumpri minha palavra, me sacrifiquei e não permaneci. E não ia aceitar que isso acontecesse aqui. Passei para os jogadores o que a direção iria fazer, conversamos todos os dias. E se não acontecesse eu tomaria a mesma atitude que tomei as outras vezes. Foi isso. Eu não disse que iria embora em nenhum momento. Eu disse que se não houvesse a possibilidade de se cumprir aquilo que havia sido prometido eu estaria fora, porque eu não vou contra toda uma carreira que construí apoiada em valores morais e princípios, que são inegociáveis – disse.