De Abel Braga, passando por Pedro Abad até chegar a Margaret Thatcher. A entrevista coletiva de Paulo Autuori nesta quinta-feira passou por diferentes momentos e a conclusão de que é preciso reorganizar o Fluminense institucionalmente. O novo diretor esportivo de futebol do clube citou a ex-ministra britânica, que esteve no poder entre 1979 e 1990. Ficou conhecida por sua baixa popularidade, devido à algumas medidas como a desregulamentação do setor financeiro, privatização de estatais e novas regras de trabalho, mas que, na visão do dirigente, foram importantes para um futuro progressista para o Reino Unido.
– É muito fácil chegar e falar que vamos contratar, isso e aquilo. É o que o público quer ouvir. É ótimo. Acho que o Fluminense está trilhando o caminho para se preparar para poder ofertar isso de forma muito mais coerente e abundante do que pode fazer. Se os clubes não tiverem atenção à sua saúde financeira e econômica, vamos a cada dia ver clubes com tradição esportiva dilapidando o seu patrimônios. A gente só quer saber de ganhar e não quer entender como as coisas têm de acontecer. Tenho sempre de citar a força do sexo feminino, tenho de falar de Margaret Thatcher, que teve a coragem de impor ideias claras e tomar atitudes impopulares naquele momento, mas que sabia seriam extremamente frutíferas no futuro. O futebol brasileiro precisa de dirigentes com essa capacidade, que enfrentem as dificuldades do aqui e agora em termos de resultado. Independentemente de estar aqui ou não, parabenizei o presidente por pensar de forma institucional. Chega de projetos pessoais. Momentos menos bons passam na nossa vida pessoal, profissional e institucional. O importante é o dia seguinte. Que possibilidades terei no dia seguinte? O futebol é generoso e te permite ganhar. Você pode ganhar e o dia seguinte, o que pode acontecer, descer de divisão? A ideia é criar estabilidade e, por isso, parabenizo o presidente. Sou um homem de futebol, homem de mercado e ver ideias assim no futebol brasileiro é fundamental para deixarmos de ter 7 a 1 a toda hora.