A Rádio Globo realizou o primeiro debate dos candidatos à presidência do Fluminense. No dia 18 será a vez do NETFLU e no dia 24, do Globoesporte.com. Para Jackson Vasconcelos, que fez parte da gestão Peter Siemsen e continua sendo uma figura influente na política tricolor, o primeiro embate foi “um lance de espera”. Confira as opiniões do polêmico ex-diretor geral do Flu em seu site oficial:
Eleições no Fluminense: Debate
A data escolhida pela Rádio Globo decidiu o calor do debate. Obrigou os candidatos a um “jogo de cartas marcadas”, a “cumprir tabela de campeonato”, a “um lance de espera”. O jogo, contudo, ainda não está jogado. Estamos na partida preliminar.
No xadrez existe o “lance de espera”, uma jogada que parece sem sentido, mas que tem o objetivo de, sem risco, dar nitidez à estratégia do adversário. O debate na Rádio Globo entre os candidatos a presidente do Fluminense foi “lance de espera”, que no futebol quer dizer, “cumprir a tabela”.
Na campanha, três candidatos formam a linha de oposição e jogam com as pretas. Um candidato defende a situação e joga com as brancas, porque tem o poder de dar início ao jogo. No Fluminense, o Estatuto dá ao Presidente a prerrogativa de, num intervalo elástico, decidir o dia do voto e, portanto, definir a data de registro das chapas. Portanto, lá, a situação sempre joga com as brancas.
No debate, os três candidatos da oposição alfinetaram o candidato da situação, como acontece em toda campanha e em todo debate que se preze. Mas, fizeram isso com a delicadeza de acupunturistas, sem causar muita dor. Atitude semelhante adotaram os repórteres que participaram do debate com perguntas formuladas para os candidatos. Perguntas iguais para todos.
O jogo saiu empatado para os candidatos, mas um torcedor foi duramente criticado, Peter Siemsen, Presidente do Fluminense. Seu candidato assistiu impassível, porque, se sabe, se pudesse faria coro com a oposição.
O dia escolhido para o debate definiu a jogada, o “lance de espera”. Ele aconteceu na véspera da data limite para o registro das chapas. Cada uma depende da assinatura de 200 sócios em situação regular e nenhum pode assinar duas chapas. Como os 200 comporão o Conselho Deliberativo se o candidato for eleito, os que recebem o apelo para assinar, pensam duas vezes. É quase impossível conseguir, que 800 sócios participem do processo. Então, 4 candidatos numa campanha pode ser coisa demais. A composição seria a solução.
A partida preliminar define o jogo principal. Então, num debate antes do registro das chapas, o melhor lance é o “lance de espera”. A melhor estratégia é não contrariar eventuais aliados.
Os debates depois do registro das chapas, certamente, serão aquecidos. Tem muito chumbo grosso na arma dos candidatos e muita carta na manga, para blefar.
Por Jackson Vasconcelos