A confusão envolvendo a perda de quatro pontos e consequente da Portuguesa no Campeonato Brasileiro por conta da escalação irregular de Héverton na última rodada está longe de acabar. Promotor do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), Roberto Senise, que instaurou inquérito para apurar a condução do caso por parte da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), até seis pessoas no clube paulista sabiam do julgamento do apoiador na sexta-feira, quando o time jogaria no domingo.
– O e-mail (com a pauta do STJD) chegou na secretaria de presidência às 19h10 do dia 3. Portanto, três dias antes do julgamento e foi repassado para quatro pessoas do departamento jurídico e do departamento de futebol no mesmo dia. O instigante é que a equipe técnica da Portuguesa e o técnico Guto Ferreira não sabiam. E nisso tem alguma coisa errada. Por que, então, não chegou a informação para o Guto Ferreira? A quem interessaria que o técnico não soubesse da irregularidade do jogador e eventualmente ele fosse colocado em campo? – questionou, prosseguindo:
– O jogador foi relacionado a semana inteira para o jogo. A Portuguesa faz uma pasta para cada partida com a listagem dos jogadores que estão impedidos de jogar. Havia ali a anotação do impedimento do jogador Gilberto, mas não havia nenhuma observação sobre o Héverton. Por quê? São indícios. Não tenho prova concreta. Mas isso revela que alguma coisa está errada. E não dá para dizer que foi um simples erro administrativo porque é bastante incrível que este “erro” somente tenha ocorrido na última rodada e por quatro pessoas. Isso sem contar a presidência, cinco, e o rapaz do departamento de futebol que faz a comunicação para o Guto Ferreira, que seriam seis. Tudo está muito estranho e mal contado.