Uma polêmica agita os bastidores do futebol carioca. Árbitros do Rio de Janeiro denunciaram ao Ministério Público Federal a a Cooperativa dos Árbitros de Futebol do Rio de Janeiro (Coopaferj) e a Federação de Futebol do Rio (Ferj) pelo não pagamento do INSS.
Presidente da Comissão de Arbitragem no Rio, Jorge Rabello é acusado de não depositar o direito dos profissionais há quase dez anos. Em 2011, dizem os denunciantes, a dívida já estava em R$ 350 mil.
Com as denúncias feitas em abril, o MP encaminhou os fatos à Receita Federal. O problema causou uma ríspida discussão entre Rabello e Rubens Lopes, presidente da Ferj.
A Ferj é citada no processo como responsável, direta ou indiretamente, na suspeita da irregularidade. Segundo o código penal, recolher e não depositar direitos dos trabalhadores é crime de apropriação indébita.
Rabello tem três cargos na arbitragem do Rio: é presidente do Sindicato dos Árbitros (Saperj), vice-presidente da Cooperativa e presidente da Comissão de Árbitros. Já a presidência da Coopaferj é ocupada por Messias José Pereira, mais um citado pelos denunciantes.
Entenda como é feito o recolhimento:
Cada árbitro que atua no campeonato carioca recebe R$ 2,1 mil (jogos entre times pequenos contra grandes) e R$ 3,1 mil (grandes contra grandes).
Estes valores são brutos. Do montante, são descontados: 11% de INSS, 5% (Sindicato) e 5% (Cooperativa). Um total de 21% de taxas, fora o Imposto de Renda.
Além disso, anualmente, tanto a Cooperativa quanto o Sindicato cobra de cada profissional uma anuidade de R$ 200,00. Um gasto de R$ 400,00 por árbitro e assistente, seja dos quadros profissionais ou dos que atuam nas divisões amadoras.
Segundo a denúncia, atualmente há cerca de 350 pessoas registradas pelo Sindicato.