A presidente Dilma Rousseff sancionou na última quarta-feira a Medida Provisória 671, que trata da renegociação de dívidas dos clubes com a União. No entanto, o veto ao parágrafo 1º do artigo 42, que dava aos árbitros um repasse de 0,5% dos direitos de arena, vindos de transmissão de TV, causou revolta na categoria e pode até causar uma greve dos homens do apito no Brasileirão.
Presente a um seminário da CBF para a arbitragem, o presidente da Associação dos Árbitros de Futebol (Anaf), Marco Antônio Martins, falou na possibilidade. A paralisação, porém, não acontecerá na 17ª rodada. Há a possibilidade de um protesto simbólico.
– Vamos fazer uma assembleia na semana que vem em cada estado, e a minha proposição é essa (de greve). Não temos outra solução. Acho que tem de tomar uma medida drástica. Claro que a greve é a última medida a se tomar, mas acho que é o caso. Lutamos muito por esse direito, e o Poder Executivo, acho que por pressão da bancada da bola, que defende o interesse dos clubes, vetou o artigo. Mas vamos ouvir a categoria, os árbitros – disse.
Já o árbitro Sandro Meira Ricci não é favorável à greve. Ele entende que esse recurso só pode ser tomado após esgotarem-se todas as possibilidades.
– Eu soube só agora sobre isso (possibilidade de greve), ninguém havia me falado. Obviamente que não ficamos felizes com o veto, porque tínhamos uma expectativa muito grande de ter um reconhecimento maior para a categoria através desse 0,5%. Mas acho que em toda categoria a greve tem que ser o último recurso. Acho que nem o primeiro recurso foi gasto. Está muito cedo, muito mesmo, para começar a falar em greve. Temos outras alternativas a serem adotadas – afirmou.