No final da conturbada temporada de 2017 no Fluminense, Abel Braga falou que precisava de três ou quatro peças para colocar em prática algumas ideias para o ano seguinte. O técnico não quis entrar em detalhes, mas o “mistério” foi logo desfeito em janeiro: o Flu versão 2018 seria montado a partir de uma linha com três zagueiros. Para tornar o desejo realidade, Abel, que ainda contabilizava as perdas de jogadores como Cavalieri, Scarpa e Henrique, pinçou no mercado, e na própria base, nomes que poderiam dar conta do recado. Para as alas, apostou no jovem revelado em Xerém Ayrton Lucas, e em Gilberto. Sob desconfiança, a dupla deslanchou e hoje é parte importantíssima do sistema tricolor, ainda que Ayrton esteja se recuperando de lesão. Para fazer a função à frente dos zagueiros, o Flu buscou Jádson e Airton, ambos sem muito cartaz no mercado. De mansinho, o primeiro tomou conta da posição e hoje é um dos jogadores mais vitais para a equipe, tanto que Douglas não tem jogado com muita frequência. No ataque, o Flu liberou Wellington Silva e perdeu Dourado. Para surpresa dos mais céticos, Marcos Jr. e Pedro receberam as camisas de titular e têm correspondido à altura. Mais um ponto para o treinador. – O que mais me dá satisfação é que foram muitas mudanças, muitas coisas, e eles estão conseguindo isso (bom desempenho) em tão pouco tempo” – festejou o técnico em entrevista após a vitória por 2 a 0 sobre o Atlético-PR, no Maracanã.