(Foto: Pedro Kirilos - Photocamera)

A derrota na final da Libertadores de 2008 é uma recordação dolorosa para todo torcedor do Fluminense. Para quem esteve dentro de campo então… Em entrevista exclusiva ao NETFLU, Junior Cesar, hoje aposentado do futebol, lembrou um pouco daquela fatídica decisão diante da LDU.

Depois de perder por 4 a 2 fora de casa na ida, o Tricolor das Laranjeiras saiu perdendo por 3 a 1 no Maracanã e virou para 3 a 1 ainda na metade do segundo tempo. Depois, não conseguiu mais marcar e a decisão acabou indo para os pênaltis, com os equatorianos levando a melhor. Mas por que não foi para dentro para matar o jogo? O time recuou por instrução de Renato? O ex-lateral-esquerdo fala sobre a ocasião.

 
 
 

– Primeiro a gente tem que ter um leitura do jogo. A gente já vinha de um resultado adverso no primeiro jogo, difícil, complicado. Daí a gente chega no Maracanã e com dez minutos a gente sai atrás. Depois conseguimos virar da forma que viramos. Chegamos na prorrogação e era difícil ter um psicológico, preparação e tendo de correr atrás do resultado. É natural que a gente tivesse sentido psicologicamente, até porque se a gente tomasse outro gol, ficaria ainda mais difícil. Não é que o time recuou, mas a gente foi até o limite para buscar o resultado e depois tivemos de ter um pouco de inteligência para administrar o jogo. Infelizmente não fomos felizes nos pênaltis – contou.

O time do Fluminense na ocasião era muito forte. Contava com jogadores de peso como Thiago Silva, Gabriel, Washington, Conca, Cícero, Thiago Neves, Dodô… Porém, a escalação de Ygor na cabeça de área volta e meia era alvo de reclamações dos tricolores. Junior Cesar afirma respeitar a decisão do treinador Renato Gaúcho.

– O Renato (Gaúcho) tinha as suas convicções, escolhas. E naturalmente tem que respeitar o treinador em relação a isso. O Ygor era um jogador importantíssimo. Cada um tem uma maneira de pensar, argumentar. Tinha o Dodô, que ficou no banco, por exemplo. Todos tinham uma importância. Ele era o cara que marcava e roubava as bolas e depois entregava para quem tinha que entregar – defende.

Mais um ponto a ser lamentado por todos os tricolores foi o pênalti claríssimo ignorado pelo árbitro argentino Hector Baldassi em Washington no Maracanã. Se ele tivesse marcado, evidentemente que a história da decisão poderia ter sido diferente. Ainda assim, Junior Cesar adota um tom político a respeito da decisão do juiz.

– É difícil argumentar sobre arbitragem. Você não pode fazer avaliação em cima. Lembro do lance totalmente polêmico, mas ele como árbitro tem autoridade de marcar o que ele vê. Infelizmente ele deve ter visto, mas não entendeu que a jogada era penalidade – falou.

Revelado pelo Fluminense, Junior Cesar teve duas passagens pelo clube. No total, fez 228 jogos e seis gols pelo Tricolor das Laranjeiras. Foi campeão carioca em 2002 e da Copa do Brasil em 2007.