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O prefeito Marcelo Crivella admitiu preocupação nesta sexta-feira com o a possibilidade de que a reabertura das atividades econômicas no Rio possa de fato provocar uma segunda onda de casos de Covid-19, como também comentou nesta quinta o secretário estadual de saúde, Fernando Ferry. Caso este cenário se torne real, Crivella não descarta adiar o plano de flexibilização ou até retroceder etapas. Hoje, o Rio se encontra na segunda fase das seis previstas no processo. Entre as atividades já autorizadas até o momento, estão o funcionamento de shoppings (com um terço da capacidade), e de centros comerciais e áreas de lazer — incluindo as caminhadas no calçadão da orla.

— Tem risco. Se o Hospital Ronaldo Gazolla (em Acari, de referência para tratamento do novo coronavírus) e o hospital de campanha do Riocentro ficarem entupidos de gente, e o mesmo acontecer na Baixada Fluminense, nós vamos fechar tudo. Não tenha duvida. Curitiba fez isso, Porto Alegre também. Além disso, as pessoas têm que continuar usando máscaras, higienizando as mãos e não se aglomerando. Mas estamos preparados. Montamos uma Arca de Noé (em referência aos equipamentos médicos e leitos reservados para tratar pacientes). A arca não evita dilúvio, mas permite enfrentar o dilúvio — disse o prefeito.

 
 
 

Crivella, no entanto, diz que essa segunda onda pode não ter tantos casos graves e fatais como no início da pandemia, em março:

— Essa onda se vier nunca será igual à anterior. Nossos médicos estão em um nível de aprendizagem espetacular, que permite que vençam a doença, através de diagnósticos precoces — afirmou.

As declarações do prefeito foram dadas durante uma cerimônia no Riocentro em que o prefeito emprestou 50 respiradores e 40 monitores para que os municípios de Duque de Caxias, Queimados, Itaguaí e Petrópolis abram novos leitos de UTI na Região Metropolitana e outras cidades do estado. Um dos objetivos da prefeitura com a medida é tentar desafogar a demanda por vagas na rede municipal do Rio. Isso porque, hoje, todos os leitos públicos do Rio são administrados em uma espécie de pool. Eles atendem demandas não apenas da capital como também de municípios da Baixada que integram a chamada Região Metropolitana 1 da Saúde. Antes, Bara do Piraí, Guapimirim, Mangaratiba, Nova Iguaçu e Seropédica já haviam recebido aparelhos.