(Foto: Lucas Merçon - FFC)

Oi, pessoal!

“Mais uma vez, eu sei, eu sei…Escuridão já vi pior; de endoidecer gente sã; espera que o sol já vem.” 

 
 
 

Os versos da canção dos geniais Renato Russo e Flávio Venturini tentam reanimar minha alma, de novo, abalada e incrédula. 

São 23 anos (desde 1996) que o meu amor pela instituição mais bonita do futebol brasileiro me atira numa Montanha-Russa angustiante.

Até quando fazemos o certo e o melhor… dá errado – atuações muito boas em 90% dos jogos com Diniz. Meu Deus! Que suplício.

Sei que detalhes determinaram e barraram a ascensão do Fluminense como time em 2019: goleiros de várzea  (único setor que depende de só 1 jogador, sem cobertura), elenco limitado com diferença abissal em qualidade do titular para o reserva, necessidade de improvisos porque não se montou um elenco e ainda se pagava um salário à cada três meses.

Nesse cenário precário, barrar a ascensão desse Fluminense, extra-campo, foi facílimo: o VAR disparou tiros de misericórdias. Foram seis, sete pontos retirados na cara dura.

Última dessa intervenção direta no resultado, derrota para o CSA, no Maracanã  (2 pênaltis vergonhasamente claros e na cara do árbitro foram ignorados, sendo um deles, origem do gol do adversário que sequer foi revisto), determinou a troca de treinador, o chilique desagregrador do Celso Barros, num momento de unir forças e apoiar o elenco que é o que temos.

Para piorar, ao invés de um técnico que chegasse para ouvir e reanimar quem está comendo merda (perdão pela expressão chula) há meses, me trazem um ser arrogante, ultrapassado, perfil típico e comum entre os técnicos nacionais da sua geração (Abel, Levir, Felipão).

Foi um desses que veio substituir Diniz. Resultado: 5 jogos e só uma vitória com um detalhe desolador: antes, não vencíamos jogando melhor; agora, não vencemos merecendo sermos goleados.

São os “Oswaldos”: preferem rebaixar “Gansos”, elevando “Caios”; aceitando a restrição física de Airton, mas menosprezando o camisa 10, referência, comprometido, que corre o campo todo, líder em desarmes e em passes para gols.

Por isso tudo, pelo meu cansaço, minha desesperança, por saber que minha torcida e clube não merecem e que os jogadores também cansam, atingidos pelas sacanagens de dentro de campo; arrogância e incompetência injustas, fora dele, que os fazem servir mais à suas carreiras e seus agentes do que à instituições, ainda mais bagunçadas e esculhambadas por dirigentes e “o sistema” como é o Fluminense, registro meu apelo:

se for possível, por cada canto, cada apoio de meses ao lado, jogando junto: coloquem a paixão de milhões de pessoas acima de uma dúzia de pessoas que vocês convivem no dia-dia. Imponham, sim, a melhor escalação, posicionamento e postura. Sejam o que Carlos Alberto Torres e Gérson foram com Zagallo, em 70. Não batam ombros. 

O futebol, que faz milionários que não suam a camisa nem lhes tiram de suas famílias, da “segurança do seu lar”, do dinheiro contado, como a um torcedor – razão de seus salários serem altos e dignos, em regra. Torcedor e jogador: os protagonistas que fazem do futebol o maior espetáculo da Terra.

O resto é ninguém. 

Sobreponham-se e joguem por nós. Estamos cansados e endoidecidos, mas somos sãos. Sejam também. 

Danem-se “Oswaldos”!
Danem-se “Celsos”!
Dane-se VAR!

Esqueçam os “Daroncos” e “Klausses”: eles vão nos debochar.

Joguem por nós, milhões que serão ainda capazes de torná-los ídolos eternos por evitarem que a instituição mais bonita, perseguida e esculhambada covarde e injustamente do futebol brasileiro seja rebaixada quando é digna, resistente e apaixonante como seu torcedor.

Afinal, “Eu sei, Eu sei…Tem gente que está do mesmo lado que você mas deveria estar do lado de lá.

Tem gente que machuca os outros. Tem gente que não sabe amar.

Tem gente enganando a gente. Veja a nossa vida como está, mas eu sei que um dia a gente aprende…

Quem acredita sempre alcança”