Na próxima quinta-feira, a histórica conquista do título carioca do Fluminense de 1995 completa 25 anos. Em entrevista ao NETFLU, Rogerinho, meia e peça importante na campanha, recordou detalhes e bastidores do Estadual daquele ano.
Uma curiosidade e que talvez poucos saibam é que o apoiador estava até para ser negociado pelo clube, mas o então técnico Joel Santana o manteve. Confira a conversa de Rogerinho com o portal número 1 da torcida tricolor sobre a conquista do Carioca de 1995:
Qual a importância do título carioca de 95 para a carreira?
— Esse título ficou marcado de uma forma que eu, sinceramente, não sabia da grandiosidade que existiu naquele 25 junho, com um gol de barriga. Essa decisão ficou na história, tanto é que teve uma votação de vários jornalistas, que conseguiu vencer como o clássico mais empolgante de todos os tempos de Maracanã.
Como absorveu o fato de terem eleito o Fla-Flu do gol de barriga como o maior jogo da história do Maracanã?
— Você se considera uma pessoa que fez parte dessa história. Posso contar pros meus netos, família, fica eterno. Muita gente me ligou parabenizando, um título que ficou marcado. Como ex-atleta, tendo participado daquele jogo diretamente, é uma satisfação enorme. Ali era time de guerreiros mesmo. Quero ver ganhar um título com quatro, cinco meses de salário atraso.
No início do ano você não era um jogador cotado pra ser titular, mas se tornou numa espécie de motorzinho. O que foi fundamental pra ter se tornado titular?
— Se eu te contar como foi no início do campeonato… eu era pra ser negociado, mas quando o Joel Santana chegou, ele me disse que me conhecia desde o Campo Grande e o Botafogo. Daí expliquei pra ele que não tive oportunidades. E ele me disse que daria essas oportunidades. Isso me ajudou muito na questão da motivação. Mas no início, eu tinha que disputar uma vaga no time com quatro jogadores bons: Edinho, Luiz Henrique, Wallace e o Luiz Antônio. Eu era o quinto da lista e fui superando os obstáculos primeiro. Todos tiveram as oportunidades deles e eu fiquei esperando a minha vez. Eu ganhei a titularidade na vitória contra o Flamengo, no 4 a 3.
Depois de duas vitórias e um empate com aquele badalado Flamengo, a confiança de vocês em vencer aquele jogo era muito grande ou ainda existia aquele pé atrás por conta da qualidade do rival?
— Nós estávamos muito confiantes. Claro que teve jogos que existiam muitas indefinições. Mas o Joel Santana, depois que montou um esquema comigo e a marcação atrás, saindo no contra-ataque, às vezes com marcação em cima, o time encaixou. Daí, demos sequência. Quando pegávamos o Flamengo, as vitórias vinham. Fizemos um primeiro tempo inspiradíssimo contra o Flamengo, de um jeito que eu nunca vi o Fluminense jogar. Entramos com confiança, com postura de campeão. Estávamos confiantes pela vitória.
Muitos falam do Renato, o Rei do Rio, mas na sua opinião, o que foi determinante, além dele, para a conquista do Estadual?
— A gente sabia que tinha que ter um jogador de referência lá na frente. O Renato foi fundamental em todos os sentidos. Por ser o astro do time, o craque, ele chamava a atenção dos adversários, a marcação era toda nele, o que abria espaços para mim, Leonardo, Ézio e Ailton. Isso fez com que a gente surgisse como elementos surpresas, podendo fazer gols diversas situações diferentes.