Foto: Divulgação/FFC

Nessa última terça-feira, na 2ª Câmara Criminal do TJ-RJ, a Justiça determinou a anulação da sentença que absolvia os agressores de Pedro Scudi, torcedor do Fluminense que foi vítima de uma emboscada covarde de membros da torcida organizada do Vasco em uma partida realizada em 2017.

Em entrevista exclusiva ao NETFLU, Marilene Scudieri, mãe do torcedor, vibrou com a decisão favorável da Justiça, falou um pouco mais sobre o caso e também reforçou o desejo de justiça por seu filho, para que os criminosos paguem pelo que fizeram.

 
 
 

Confira o papo na íntegra:

NF: Como a família e a senhora recebeu a notícia sobre a Justiça ter derrubado a decisão que absolvia os acusados de agredir Pedro Scudi?

MS: A família ficou muito feliz, porque a gente esperava isso. É inadmissível que algo tivesse acontecido daquela forma, parecendo escondido, inocentando eles. Aquele resultado de ontem foi perfeito. Agora a gente tem que aguardar para ver se não vai ter nenhum recurso sobre o resultado.

NF: O Scudi se manifestou após essa decisão?

MS: Não. Na realidade, eu acho que ele não quer saber nada disso. Ele sabe de tudo, porque a gente não esconde nada, conversamos na frente dele sobre o caso. Só que ele não esboça nada, não diz nada. Nem se perguntar ele fala algo. Ou seja, nenhum comentário da parte dele. Falamos perto dele, as pessoas que estavam lá, os amigos que foram lá ontem dar uma força, os advogados do Fluminense que, graças a eles, a gente conseguiu essa vitória… Não sei, acho que ele não quer falar e a gente respeita isso. O dia que ele quiser comentar alguma coisa, a gente vai falar.

NF: Os acusados tentaram algum acordo em algum momento com vocês desde a data do ocorrido, em 2017?

MS: Nunca. Ninguém chegou nem perto. E nem eu quero nenhum tipo de contato, acordo. Mesmo que eles quisessem, eu iria dispensar e que eles tratassem com os advogados. Eu não consigo sentir aquele ódio, raiva, não tenho desejo de vingança, mas eu quero justiça! O que eles fizeram, sei lá, não vou falar que não tem perdão, mas eu não consigo perdoar.

NF: Não fizeram nem um pedido de desculpas?

MS: Nada. Eles foram inocentadas, disseram que não fizeram nada. Então, se eles me pedirem desculpas, estariam assumindo a culpa. Então, daquilo que eu vi deles, dos jornais da época, eu acho que eles não pediriam desculpas. Cada um é um, mas eu acredito que não. Eles não assumiriam essa culpa porque querem provar que não fizeram o que fizeram.

NF: No meio desse caos, como tem sido ir ao estádio atualmente, já que volta e meia a senhora acompanha o Scudi no Maracanã?

MS: Eu sempre fico meio apreensiva quando a gente vai. Há algum tempo atrás ele demonstrava mais vontade de ir aos estádios. Ele ainda continua tendo e às vezes a gente vai. Eu não sei. Eu percebo que apesar dele ir, eu acho que ele olha para a torcida e fica tipo como se estivesse triste, apesar de ver aquela coisa tão bonita. Acho que a vontade dele era estar lá na bagunça, com os amigos dele. Por isso que ele me pede para ir menos, porque eu acho ele pensa dessa forma. A gente fica sentido de ver o filho nessa situação, mas eu o levo até o dia em que, Deus quiser, ele possa voltar a ir sozinho.

NF: Teve medo da decisão sobre inocência não ser revogada?

MS: O medo era realmente que nem passasse isso, porque a gente não sabe como funciona a cabeça de juiz. Mas, graças a Deus, passou e é isso o que interessa. Fu fiquei muito apreensiva, mas deu tudo certo.