(Foto: Lucas Merçon/FFC)

Desde o anúncio que o Fluminense terá um time sub-23 a partir de 2020, muitas questões surgiram. Idealizador do projeto, Paulo Angioni tenta esclarecer as dúvidas relacionadas a ele. Uma delas é sobre a possibilidade de entradas de jogadores estrangeiros no clube. Ficará mais difícil? O diretor executivo de futebol não vê desta maneira.

— Não vou dizer que fecha para o Fluminense. Se colocar mais jogador ratificado no mercado, você passa a ter mais opções. Hoje se procura jogador de determinada posição e não se acha no mercado brasileiro. Não tem. E os que tem estão com selos negativos. Então, ao trazer, acaba desencadeando uma série de críticas. Vocês mesmo (site Globo Esporte) fizeram uma pesquisa (a Barca do Fluminense) que, quer queira ou quer não, rotulou uma série de jogadores no mercado. Os caras ligam para mim e falam de um jogador, mas alertam que ele está na pesquisa, que a torcida não quer e não deu certo. Se trouxer para cá, danou-se – disse.

 
 
 

Angioni também destaca a preocupação com a imagem de um jogador do clube sempre repassado a outros por empréstimo. O diretor afirma recentemente ter evitado a repetição desta situação.

— Hoje mesmo. Outra situação: uma pessoa me pediu um jogador emprestado do Fluminense. Eu disse para ele esperar. Não interessa ao Fluminense emprestar esse jogador mais uma vez para disputar um estadual e depois voltar. Daqui a pouco vai ser mais um clube que ele não poderá jogar futuramente. Ou seja, em breve, ele não poderá jogar em lugar nenhum e eu vou destruir a carreira dele. Não é justo. O sub-23 tem utilidade, portanto, por vários aspectos. Você diminui o seu prejuízo pois você matura um jogador que tem contrato por mais tempo. Ele está acostumado com o processo e, então, ele vem cheio de motivação para ser aproveitado no profissional. Além disso, tem o lado social – falou, complementando:

— Não adianta formar para um mercado que não existe. Tem de se formar para ser aproveitado. Caso contrário, teremos mais uma pessoa à margem da sociedade. O cara só sabe jogar futebol e não tem nenhuma outra formação. O que se faz com os caras que não têm espaço?