Em entrevista ao portal GE, Paulo Angioni, diretor de futebol do Fluminense, fez uma comparação entre Mário Bittencourt, atual presidente do Fluminense, e Eurico Miranda, ex-mandatário do Vasco já falecido. Com muita experiência no futebol, Angioni trabalhou com ambos e vê semelhanças, mas também algumas diferenças.
— O Eurico para mim foi um quase um gênio para a instituição Vasco da Gama. O Vasco era um clube sem voz. Um clube formado pela colônia portuguesa e que, até por respeito, são muito gratos ao Brasil, falando daqueles que lá estavam. Nunca foram homens de polêmica, da discussão, e o futebol precisa da discussão. Isso faz parte do futebol e o Eurico foi um homem que deu a voz ao Vasco. A voz do combate, a voz da manutenção da instituição. Ele nisso foi muito atuante. Por característica, já é uma pessoa personalizada ao Vasco. Convivi com Eurico de 86 a 93 direto, um grande parceiro. Um grande cara, com um coração gigante, generoso demais. Tinha suas particularidades, mas eram todas bem aceitas internamente, defendia o profissional dele de uma forma muito bonita. É uma perda para o futebol a ausência do Eurico. Eu falava algumas vezes para ele que poderia contribuir muito para o futebol no todo. Ele tinha que abranger mais o conhecimento dele, aquilo que ele lutava. Tinha que lutar de uma forma muito mais colegiada. Mas, se o objetivo dele sempre foi o Vasco, ele não abria mão de cuidar do Vasco – disse Angioni, comparando com Mário:
— A única diferença que tem é que o Eurico é da mesma geração que eu, e o Mário é bem mais novo. Mas o que eu falei um dia para o Eurico, eu já falei para o Mário. É uma pessoa que tem uma experiência já muito, muito grande no futebol, apesar de jovem (44 anos). Ele está no Fluminense há quase 20 anos como advogado, dirigente, vice de futebol. Mário é, digamos, mais suave do que o Eurico nas tratativas, ou muito mais suave. E, por toda essa competência que ele tem, eu já falei para ele que é hoje, para mim, no meu conceito, a maior liderança do futebol brasileiro. É uma pessoa que agrega o conhecimento de futebol a um lastro conhecimento jurídico que eu acho que ninguém tem no Brasil – concluiu.